CHANGES IN THE ZOOPLANKTON COMMUNITY OF TAQUARA ...

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CHANGES IN THE ZOOPLANKTON COMMUNITY OF TAQUARA RIVER (DUQUE DE CAXIAS, RJ) RESULTING FROM THE RELEASE ONF INDUSTRIAL ...
ALTERAÇÕES NA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA DO RIO TAQUARA (DUQUE DE CAXIAS, RJ), RESULTANTES DO LANÇAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS E DOMÉSTICOS VIVIANE BERNARDES DOS SANTOS MIRANDA ¹*; ELI ANA TRAVERSIM GOMES ²; ¹ Mestre em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ* [email protected] ;² Pós-doc em Natural Sciences Institute em Kalmar University (Suécia). PhD em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. HABTEC Engenharia Ambiental .

RESUMO O estudo da comunidade zooplanctônica e das condições abióticas do rio Taquara foi realizada em períodos chuvoso e seco de 2007/2008, em 3 estações de amostragens: TAQ-1- lótica, no Parque Natural Municipal da Taquara (Mata Atlântica); TAQ-2- lêntica fora do parque (reservatório); TAQ-3- lótica fora do parque e jusante do lançamento de efluentes têxtil e doméstico. As condições abióticas caracterizam as estações TAQ1 e TAQ-2 como oligotróficas e TAQ-3 como oligo-mesotrófica. Foram encontrados 25 táxons (13 Sarcodina, 3 Ciliophora, 5 Rotifera, 2 Cladocera, 2 Copepoda); sendo Thermocyclops decipiens e Polyarthra sp.1 os mais frequentes e Favella erhenbergii e o mais abundante. O zooplâncton foi um bom indicador da qualidade ambiental do rio que possui características de águas diferenciadas: 1- lóticas oligotróficas, menor densidade, predominância de tecamebas; 2- lênticas oligo-mesotróficas, densidade intermediária, predominância de rotíferos e T. decipiens; 3- lóticas oligotróficas impactadas (altas temperaturas, condutividade elétrica e alteração de cor), densidade e composição heterogêneas (Favella erhenbergii, náuplios de T. decipiens e ciliados). Palavras-Chave: Zooplâncton, rio Taquara, efluentes.

ABSTRACT The community study zooplankton and abiotic river Taquara was held in rainy and dry seasons of 2007/2008, 3 sampling stations: TAQ1-lotic, in the Natural Park Municipal Taquara (Atlantic); TAQ2 lentic-off park (reservoir); TAQ3-lotic outside the park and downstream of the discharge of effluents and domestic textiles. Abiotic conditions characterize the seasons and TAQ-1 TAQ-2 as oligotrophic and oligo-mesotrophic TAQ-3 like. Found 25 taxa (13 Sarcodina, 3 Ciliophora, Rotifera 5, 2 Cladocera, Copepoda 2); being Thermocyclops decipiens and Polyarthra sp.1 the most frequent and Favella erhenbergii and more abundant. Zooplankton was a good indicator of the environmental quality of the river water has different characteristics: 1 - lotic oligotrophic, lower density, prevalence of testate amoebae; 2 - lentic oligo-mesotrophic, intermediate density, dominance of rotifers and T. decipiens, 3 - impacted lotic oligotrophic (high temperature, electrical conductivity and color change), density and composition of heterogeneous (Favella erhenbergii, T. decipiens nauplii and ciliates). Keywords: Zooplankton, Taquara river, effluents.

1. INTRODUÇÃO Plâncton é um termo que define uma comunidade de organismos microscópicos que habitam as águas livres, com limitada capacidade de locomoção e com sistemas que permitem a flutuabilidade permanente ou limitada (TUNDISI, 2008), sendo deslocados de acordo com os movimentos da água. Como base da teia alimentar aquática, estes organismos estabelecem relações intra e interespecíficas complexas, competindo pela utilização do espaço e dos recursos orgânicos

e inorgânicos. Seus principais representantes são: bacterioplâncton, fitoplâncton, protozoários, rotíferas, cladóceras e copépodas. O zooplâncton é o termo genérico para o grupo de animais microscópicos de diferentes categorias sistemáticas, de vida livre, que apresentam em sua maioria dimensões de 0,03 a 0,5 mm de comprimento e são um elo importante na cadeia alimentar em todos os ecossistemas aquáticos continentais, em estuários, oceanos e águas costeiras (TUNDISI, 2008), pois transferem para níveis superiores das cadeias aquáticas a energia assimilada pelo bacterioplâncton e

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fitoplâncton. Em geral, nos ambientes aquáticos, o zooplâcton é formado por protozoários (flagelados, sarcodinas e ciliados) e por vários grupos metazoários como rotíferos, microcustáceos (cladóceras e copépodas) e larvas de insetos (INFANTE, 1988). Os protozoários são encontrados em praticamente todos os ecossistemas aquáticos devido a sua facilidade de dispersão (TUNDISI, 2008). Apresentam regime alimentar diversificado, podendo ser bacteriófagos, detritívoros, herbívoros e carnívoros. Os flagelados são considerados os protozoários mais primitivos e a maioria possui cloroplastos, de maneira que também podem ser autotróficos. Entre os sarcodinas (amebas), o grupo dos testáceos, que possuem teca ou carapaça são os mais frequentes. Os ciliados locomovem-se por batimento ciliar e são comuns, tanto as formas aloricadas como loricadas. Os rotíferos são organismos que habitam os mais diferentes tipos de ambientes aquáticos e diferentes habitats. Sua principal característica é a presença de mástax, uma estrutura interna, utilizada para captação de alimento e que também funciona como uma câmara trituradora, e da corona ou coroa ciliar, estrutura externa do animal, que auxilia na locomoção e na captura do alimento pelo fluxo d’água que promove. Quanto ao hábito alimentar podem ser onívoros, carnívoros (inclusive canibais) e herbívoros (ESTEVES, 1998). Os cladóceros, em sua maioria, vivem preferencialmente na região litorânea de ecossistemas lacustres. Apresentam vários apêndices, suas patas servem para captura de alimento (são filtradores) e sua locomoção é efetivada por meio de antenas (geralmente o segundo par), ocorrendo na forma de saltos o que lhes confere o nome de “pulga d’água”. O primeiro par de antenas (antênulas) desempenha a função de orientação do organismo, através das finas cerdas sensitivas. Os cladóceros apresentam variações de formas e tamanhos durante seu desenvolvimento e a este fenômeno, chamam de ciclomorfose (ESTEVES, 1998). Os copépodos são organismos típicos do chamado plâncton de rede e possuem locomoção através das antênulas. As três principais ordens de copépodas são: Calanoida, que são planctônicos, filtradores, possuem corpo e o primeiro par de antênulas bem alongados; Cyclopoida, que podem ser planctônicos ou bentônicos, carnívoros, possuem corpo robusto e as primeiras antênulas são curtas; Harparticoida, cuja maioria é bentônica, possuem o corpo cilíndrico e a

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primeira antênula é muito curta (SUTHERS & RISSIK, 2009). Segundo MARGALEF (1983), cada ambiente possui um conjunto de formas planctônicas, cuja variedade, abundância e distribuição são próprias e dependem da adaptação às características abióticas e bióticas do meio. Portanto, torna-se importante o estudo da comunidade zooplanctônica, pois sua diversidade de espécies constitui um dos atributos mais importantes de um sistema biológico, por seus organismos possuírem um curto ciclo de vida (horas a dias), alta taxa de renovação e assim, são considerados bons indicadores de qualidade da água (LAYBOURN-PARRY, 1992). Mudanças nesta comunidade causam modificações estruturais em todos os níveis tróficos. O objetivo geral desta pesquisa foi estudar a comunidade zooplanctônica do Rio Taquara nos diferentes períodos climáticos (chuvoso e seco) e desta forma, contribuir para a preservação e conservação dos cursos d’água e biodiversidade em área de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, uma vez que conhecendo sua estrutura planctônica, podemos avaliar a condição ambiental aquática do rio, já que organismos planctônicos são sensíveis à alterações ambientais.

2. ÁREA DE ESTUDO Segundo ROCHA et al. (2003), no Rio de Janeiro existem cinco blocos remanescentes de Mata Atlântica, e o Parque Natural Municipal da Taquara é parte integrante do Bloco da Região Serrana Central, que inclui os municípios de Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Japeri, Magé, Miguel Pereira, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, Queimados e Silva Jardim, que possui um dos maiores índices de biodiversidade do Estado. De acordo com a PORTARIA IBAMA 350 (11/12/2006), e sob a gestão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Duque de Caxias, o Parque Natural Municipal da Taquara é uma das unidades de conservação da Mata Atlântica Central Fluminense (RJ) situado em área contígua à APA Petrópolis. O rio Taquara nasce a 800 m de altitude na Pedra do Ralador, dentro da APA de Petrópolis, tem uma grande extensão na unidade de conservação Parque Natural Municipal da Taquara (PNMT), no município de Duque de

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Caxias (Baixada Fluminense) e deságua no rio Estrela, a montante dos rios Saracuruna e Inhomirim, fazendo parte, desta forma, da bacia hidrográfica da região da Baía de Guanabara. Por situar-se próximo a uma área de grande adensamento populacional (Baixada Fluminense) e pela proximidade da grande concentração de atividades industriais nesta região, tais como os segmentos químicos/petroquímico, metalúrgico/gás, plástico, mobiliário, têxtil/vestuário, incluindo a Refinaria de Duque de Caxias – REDUC, o parque recebe enorme pressão urbana e apresenta hoje inúmeros problemas e necessidades, incluindo ocupação por moradores em seu interior e visitação além de sua capacidade de suporte nos finais de semana (GOMES, 2008). Os recursos hídricos constituem mananciais importantes para o abastecimento d'água da população da Baixada Fluminense, cujas águas são represadas e distribuídas pela Companhia Estadual de Água e Esgoto (CEDAE), que mantém uma adutora e um reservatório, utilizado pela população local como área de lazer, mesmo não possuindo licença para tal atividade. Ainda no baixo trecho do rio Taquara, fora dos limites do parque encontram-se as instalações de uma indústria têxtil (Nova América Têxtil), que utiliza as águas do rio para diluição de seu efluente, lançado a uma temperatura de

aproximadamente 50 ºC e de cor amarelo a vermelho extremamente turvo, configurando assim, uma fonte de impacto direto sobre as águas do rio. As amostras para as análises dos aspectos abióticos e bióticos foram coletadas mensalmente nos períodos chuvoso (outubro a janeiro) e seco (maio a agosto) em três estações georreferenciadas com um GPS (Garmin 76 CX), descritas a seguir: TAQ-1: situada dentro dos limites do PNMT (Figura 2), a montante da indústria têxtil em área mais preservada com seu entorno composto por mata fechada e densa, correspondendo a um sistema lótico. TAQ-2: localizada no reservatório artificial fora do limites do PNMT, construído pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (CEDAE) para captação de água do rio Taquara (Figura 3), sendo um sistema lêntico, utilizado pela população local como área de lazer. TAQ-3: localizada em sistema lótico fora dos limites do PNMT, a jusante da indústria têxtil e, portanto, local impactado por efluentes industrial e doméstico do adensamento de residências em seu entorno (Figura 4).

Figura 2. Localizações da estação TAQ-1 e sede do PNMT. (Fonte: Google Earth).

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Figura 3. Localização da estação TAQ-2 (reservatório artificial da CEDAE), fora dos limites do PNMT. (Fonte: Google Earth).

Figura 4. Localização da estação TAQ-3, fora dos limites do PNMT, à jusante da indústria têxtil. (Fonte: Google Earth).

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3. MATERIAL E MÉTODOS As campanhas foram diurnas e realizadas em dois períodos, entre os meses de Outubro a Dezembro e Julho a Setembro, 1 vez por mês, em três estações de amostragem TAQ-1, TAQ-2 e TAQ-3. Aspectos abióticos como temperatura da água e do ar, oxigênio dissolvido – OD (mg/L e % saturação), condutividade elétrica (µs/cm) e pH foram coletadas in situ através da utilização de sonda YSI. Amostras de água para análise de clorofila e nutrientes (nitrogênio total, amônia, nitrato, nitrito, fósforo total, fosfato,) foram coletadas com frascos de polipropileno rinsados com água do próprio local nas três estações, devidamente armazenadas em caixa térmica para transporte até o laboratório de Geoquímica da Universidade Federal Fluminense, onde foram analisadas de acordo com a metodologia padrão (Standard Methods: APHA, 1998). Nestas mesmas amostras também foi analisada a turbidez da água. O zooplâncton foi obtido utilizando-se uma rede de zooplâncton cônica com abertura de 68 µm de malha, boca de 29 cm de diâmetro e 90 cm de comprimento, sendo as coletas diferenciadas em cada estação determinadas: 





Estação TAQ-1: a coleta do zooplâncton contou com a utilização da rede esticada horizontalmente e imersa no rio por aproximadamente 10 minutos, devido à baixa profundidade deste trecho. Estação TAQ-2: a coleta do zooplâncton contou com a utilização da rede, com puxadas verticais de aproximadamente 7 segundos cada, para evitar a influência da migração vertical dos organismos, que segundo TUNDISI (2008) em geral os organismos do zooplâncton durante o dia, encontram-se no fundo de lagos, rios e reservatórios, migrando à noite para a superfície.

Nas três estações, os organismos foram fixados logo após a coleta, utilizando-se formaldeído a 4%, acrescido de açúcar a 250 ml de amostras. Segundo HANNEY & HALL (1973) o açúcar age no balanço osmótico dos tecidos conjuntivo e muscular dos organismos, impedindo que as valvas de carapaça de Cladocera se abram, além de combinar com a quitina dos organismos, endurecendo-a, portanto torna as amostras mais resistentes à ação do tempo. A identificação dos organismos foi realizada em nível de gênero e espécie, quando possível. Para isto, utilizaou-se chaves de identificação contidas em DEFLANDRE (1963), LEACKEY (1963), MITTELEUROPAS (1978), BROOKS (1963), REID (1985), WILSON & YEATMAN (1963), SENDACZ & KUBO (1982) e GOMES & SOUZA (2008). Utilizou-se microscópios esteroscópico e ótico com o método de subamostragens, utilizando-se um amostrador de 1 ml em câmara de Sedgewick-Rafter para melhor detalhamento taxonômico e o resultado estimado em indivíduos por litro (densidade). Para estimar a densidade adotou-se a seguinte fórmula: D = N / V onde: D = densidade estimada N = número de indivíduos estimados V = volume teoricamente filtrado pela rede. O Cálculo do volume filtrado foi feito através da fórmula: V = π. r 2. h. 10 3 , onde: r = raio da boca da rede h = distância percorrida pela rede (m) 10 3 = fator de conversão para litro. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os aspectos abióticos demonstraram a interferência dos períodos climáticos, com maiores valores de temperatura, oxigênio dissolvido (OD) e nutrientes no período chuvoso e menores valores de condutividade, pH e clorofilaa no período seco (Tabela 1).

Estação TAQ-3: para a coleta do zooplâncton, utilizou-se um galão de 10 litros para captação da água, devido à vazão do rio neste trecho ser insuficiente para captação de organismos com a rede cônica de plâncton, seja vertical ou horizontalmente.

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Tabela 1. Aspectos abióticos (média e desvio padrão) nos períodos seco e chuvoso. A cor vermelha indica os maiores valores e a cor amarela, os menores valores encontrados. Estações Seco o

Temperatura ( C)

média

desvio padrão -1

Oxigênio Dissolvido - OD (mg.L )

média

desvio padrão -1

Condutividade Elétrica (µS.cm )

média

desvio padrão pH

média

desvio padrão -1

Nitrogênio Total (mg.L )

média

desvio padrão -1

Nitrato (mg.L )

média

desvio padrão -1

Amônio (mg.L )

média

desvio padrão Fosfato (mg.L-1)

média

desvio padrão -1

Clorofila a (µg.L )

média

desvio padrão

Chuvoso

TAQ 1

TAQ 2

TAQ 3

TAQ 1 TAQ 2 TAQ 3

22,10

27,80

27,70

22,20

27,95

27,30

1,00

1,70

2,51

0,95

1,67

2,28

8,30

7,80

5,80

8,15

7,63

5,67

1,50

1,60

1,70

1,50

1,57

1,70

32,70

40,10

53,40

32,65

40,05

72,25

2,60

3,80

38,80

2,56

3,79

16,96

6,90

6,80

6,60

6,96

6,92

6,70

0,20

0,20

0,20

0,18

0,25

0,19

171,84

142,10

285,96

2,10

2,02

3,31

49,87

57,49

100,49

0,70

0,80

2,31

39,45

22,79

33,42

0,46

0,38

0,23

25,19

14,81

0,38

0,35

0,21

0,27

0,30

1,77

11,49

0,002

0,02

0,04

0,33

0,69

15,11

0,005

0,01

0,19

0,01

0,01

0,01

0,02

0,03

0,02

0,001

0,002

0,01

0,01

0,01

0,02

0,07

3,02

0,67

0,08

3,25

0,55

0,03

0,80

0,39

0,03

0,80

0,39

De acordo com a Tabela 1, a temperatura da água apresentou diferença significativa ao longo dos meses somente na estação TAQ-1 (aproximadamente 22ºC), onde foram registrados os menores valores nos dois períodos de coleta (seco e chuvoso). Maiores valores foram encontrados nos pontos TAQ-2 e TAQ-3 nos períodos seco e chuvoso, mantendo-se dentro de tolerância característica para águas tropicais, onde a faixa aceitável é de 25ºC a 30ºC. Os maiores valores de OD foram registrados em TAQ-1, uma vez que águas preservadas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido elevadas, chegando até a supersaturação. Nota-se um decréscimo entre as estações TAQ-2 e TAQ-3 tanto para os períodos seco como chuvoso. Em TAQ-3, foram registrados menores valores para OD, que por ser um ambiente impactado por efluentes industrial e doméstico, apresenta baixa concentração de oxigênio dissolvido, devido ao seu consumo na

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decomposição de compostos orgânicos (ESTEVES, 1998). A condutividade elétrica da água pode variar de acordo com a temperatura e a concentração total de substâncias ionizadas dissolvidas. De um modo geral, considera-se que quanto mais poluídas estiverem as águas, maior será a condutividade em função do aumento do conteúdo mineral (WETZEL & LIKENS, 1991). Isso explica os maiores valores para TAQ-3, seguido por valores de TAQ-2, que embora não seja um ambiente impactado por efluentes industriais e domésticos, é utilizado pela população local como área de lazer, causando impacto local. Embora a estação TAQ-1 tenha apresentado valores próximos á neutralidade, todos os valores de pH (Tabela 1) foram ligeiramente ácidos, variando de 6,60 (período seco: TAQ-3) e 6,96 (período chuvoso: TAQ-1). Entretanto, a acidez é aceitável conforme sugere ESTEVES (1998), pois a grande maioria dos

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corpos d’águas continentais tem pH variando entre 6 e 8, mas ambientes mais ácidos ou mais alcalinos também são encontrados. Em relação aos nutrientes (nitrogênio total, nitrato, amônio, fosfato), constataram-se concentrações variadas entre as estações amostradas (Tabela 1). Porém, maiores concentrações foram observadas no período seco, provavelmente pelo efeito de diluição com o aumento do volume de água decorrentes das chuvas no período chuvoso, conforme sugere TUNDISI (2008). As concentrações de clorofila a foram semelhantes nos períodos seco e chuvoso, com variações apenas entre as estações de coleta. Os maiores valores foram encontrados na estação TAQ-2, por ser um reservatório de águas lênticas, condições que favorecem o desenvolvimento dos organismos produtores primários (MARGALEF, 1983). Assim, de acordo com as condições abióticas foi possível caracterizar as três estações de amostragem, conforme a seguir:  TAQ-1, sistema lótico oligotrófico, mais a montante e dentro dos limites do PNMT, com maior concentração de OD e menores valores de temperatura, condutividade elétrica, clorofila-a e nutrientes;  TAQ-2, sistema lêntico mesotrófico (reservatório artificial), fora dos limites do PNMT com maiores concentrações de clorofila-a, altas temperaturas e baixos valores de OD, condutividade elétrica e nutrientes;  TAQ-3, sistema lótico, meso-eutrófico, impactado por efluentes (têxtil e doméstico), mais a jusante e fora dos limites do PNMT, com maiores valores de condutividade elétrica e de temperatura e menores concentrações de oxigênio dissolvido, nutrientes e clorofila-a. A composição de espécies ou táxons é uma importante ferramenta para o conhecimento das condições de qualidade dos ecossistemas aquáticos (MARGALEF, 1983; TUNDISI, 2008; SUTHERS & RISSIK, 2009). Foram considerados, para a análise da comunidade zooplanctônica, 21 amostras, nas quais foram registrados 25 táxons nas 3 estações de coleta, em diferentes categorias taxonômicas (22 espécies identificadas ou tipadas, 2 táxons em nível de ordem e 1 táxon em nível de filo), sendo 8 táxons de tecamebas, 6 de ciliados, 1 dinoflagelado, 6 de rotíferas, 2 de cladóceras e 2 de copépodas; todos apresentados na lista abaixo, organizada de acordo com o ITIS (2009: Integrated

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Taxonomic Information System / Integrado de Informação Taxonômica):

Sistema

REINO PROTOZOA FILO PROTOZOA Subfilo Sarcodina Classe Lobosa (tecamebas) Ordem Arcellinida Família Arcellidae Arcella vulgaris Ehrenberg, 1830 Pyxidicula sp. Família Centropyxidae Centropyxis aculeata Ehrenberg, 1832 Centropyxis arcelloides Penárd, 1902 Família Difflugiidae Difflugia Schonborn, 1965

lebes

Família Lebenidae Hyalosphenidae

ou

Nebela flabellulum Leidy, 1874 Nebela sp. Família Lesquereusiidae Lesquereusia modesta Rhumbler, 1896 FILO CILIOPHORA Ciliado sp. Classe Ciliatea Subclasse Spirotricha Ordem Oligotricha Oligotrichida sp. Família Strombidiidae Strombidium sp. Subordem Tintinnina Família Codonellidae Codonella sp. Família Ptychocylididae Favela ehrenbergii Jörgensen, 1924

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Família Tintinnidae Eutintinnus sp. REINO PLANTAE DIVISÃO PYRROPHYCOPHYTA Classe Dinophyceae Ordem Noctilucales Família Noctilucaceae Noctiluca sp.

Subordem Cladocera Família Bosminidae Bosmina longirostris Müller, 1776 Família Moinidae Moina sp. Classe Maxillopoda Subclasse Copepoda Náuplio Ordem Cyclopoida

REINO ANIMALIA

Família Cyclopidae

FILO ROTIFERA Classe Euroratoria Subclasse Monogononta Ordem Flosculariaceae Família Conochilidae Conochilus sp. Ordem Ploima Família Brachionidae Brachionus falcatus Zacharias, 1898 Keratella cochlearis Gosse, 1851 Keratella irregularis Lauterborn, 1898 Família Synchaetidae Polyarthra sp.1 Polyarthra sp.2

FILO ARTHROPODA Subfilo Crustacea Classe Branchiopoda Subclasse Phyllopoda

Thermocyclops decipiens Kiefer, 1929 Ordem Harpacticoida Harpacticoida Outros Organismos (Não-identificados) Larvas? A composição da comunidade zooplanctônica entre as 3 estações de coleta, durante as diferentes campanhas, foi heterogênea (Figuras 5 e 6). A estação TAQ-3 apresentou a maior riqueza de táxons (n = 10), em função do pico observado em 10/11/2007, apesar da ausência de organismos em outras ocasiões (6/10/2007, 12/1/2008, 10/7/2008). A menor riqueza de táxons (n = 1) foi observada também na estação TAQ-3 (20/8/2008), embora as estações TAQ-1 e TAQ-2 tenham apresentado uma baixa riqueza (n = 2) nas campanhas de janeiro, julho e agosto de 2008. Os protozoários apareceram em todas as estações, com predominância de tecamebas na TAQ-1. Rotíferas e microcustáceos mostraram maior distribuição na TAQ-2, que por ser um ecossistema lêntico, permite o desenvolvimento de populações planctônicas propiciado pelo fluxo reduzido da água, sugerindo uma maior estabilidade desses ambientes (MARGALEF, 1983; SUTHERS & RISSIK, 2009).

Ordem Diplostraca

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TAQ-1

TAQ-2

TAQ-3

Número de táxons (n)

10 8 6 4 2 0 6/10

10/11

18/12

12/1

10/7

2007

20/8

27/9

2008 Data

Figura 5. Riqueza de táxons zooplanctônicos nas 3 estações de coleta durante as 7 campanhas realizadas no rio Taquara (Duque de Caxias, RJ).

100% 90%

Riqueza relativa

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%

6/10

10/11

18/12

12/1

10/7

2007

20/8

TAQ-3

TAQ-2

TAQ-1

TAQ-3

TAQ-2

TAQ-1

TAQ-3

TAQ-2

TAQ-1

TAQ-3

TAQ-2

TAQ-1

TAQ-3

TAQ-2

TAQ-1

TAQ-3

TAQ-2

TAQ-1

TAQ-3

TAQ-2

TAQ-1

0%

27/9

2008 Estações de coleta / Data

Protozoa

Rotifera

Cladocera

Copepoda

Outros

Figura 6. Riqueza relativa (%) de táxons zooplanctônicos nas 3 estações de coleta durante as 7 campanhas realizadas no rio Taquara (Duque de Caxias, RJ). A estação TAQ-3 foi composta por alguns ciliados e outros organismos, apresentando baixa diversidade de táxons ou mesmo ausência total de organismos em uma amostragem (06/10/2007). Esse fato pode ser atribuído ao processo de eutrofização artificial, por efluentes domésticos e

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de indústria têxtil; uma vez que ambientes poluídos exercem uma ação seletiva, caracterizando-se pelo número reduzido de componentes bióticos e predominância de poucas espécies (MARGALEF, 1983; SUTHERS & RISSIK, 2009).

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Os valores mais expressivos da densidade zooplanctônica foram verificados no período chuvoso (Figura 7). Em geral, as maiores médias foram registradas no período chuvoso (TAQ-1: 0,27 ± 3,90 ind.L-1, TAQ-2: 20,37 ± 4,25 ind.L-1; TAQ-3: 29,44 ± 74,83 ind.L-1), comparadas ao período seco (TAQ-1: 0,07 ± 0,04 ind.L-1; TAQ-2: 15,09 ± 18,78 ind.L-1; TAQ-3: 0,08 ± 12,82 ind.L-1) (Figura 8). A maior densidade média na estação TAQ-1 (Figuras 7 e 8), embora não muito evidente, deve-se, provavelmente, ao maior fluxo de água no ambiente lótico promovido pelas chuvas, que contribuem para a ressuspensão de organismos associados aos sedimentos do fundo para a coluna d’água, especialmente os as tecamebas que foram dominantes nesta estação

(LANSAC-TÔHA et al., 1997; VELHO et al., 1999). A TAQ-2 apresentou maior homogeneidade em densidade (20,16 ± 11,27 ind.L-1) (Figuras 10 e 11), provavelmente devido à presença de águas lênticas, que permite o desenvolvimento de populações planctônicas propiciado pelo fluxo reduzido da água, sugerindo uma maior estabilidade desses ambientes. A evidente diferença na densidade média nos períodos chuvoso e seco na estação TAQ-3 (Figuras 7 e 8) ocorreu pelo pico populacional atípico do ciliado tintinídeo Favella ehrenbergii em 10/11/07 (11.583 ind.L-1), sendo que nas demais coletas as densidades foram inferiores a 60 ind.L-1.

Figura 7. Densidade relativa zooplanctônica nas 3 estações de coleta durante as coletas nos períodos chuvoso e seco no rio Taquara (Duque de Caxias, RJ). Os protozoários foram os mais frequentes entre os grupos encontrados (Figura 12), principalmente na estação TAQ-1, enquanto nas estações TAQ-2 e TAQ-3 houve alternância de grupos. Dentre os táxons mais frequentes,

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destacam-se Arcella vulgaris, Centropyxis aculeata, Centropyxis arcelloides, Brachionus falcatus, Ketarella cochlearis e Thermocyclops decipiens.

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160 11583 ± 1368 140

TAQ-1

120

TAQ-2 TAQ-3

ind.L-1

100 80 60 40 20 0 6/10

10/11

18/12

12/1

2007

10/7

20/8 2008

27/9 Data

Figura 8. Densidade absoluta (ind.L-1) zooplanctônica nas 3 estações de coleta durante as 7 campanhas realizadas no rio Taquara (Duque de Caxias, RJ).

De acordo com a Figura 9, os grupos zooplanctônicos mostraram os seguintes comportamentos: 





Protozoários foram dominantes na estação TAQ-1 (81% ± 36%), principalmente as tecamebas, constituindo 100% da amostra em 18/12/2008, 12/01/2009 e 20/08/2009, apesar de ausentes em 10/07/2008, período extremamente seco, com pequeno volume de água; Rotíferas (57% ± 35%) e copépodos (42% ± 34%) dominaram na estação TAQ-2; enquanto os copépodas foram os principais constituintes na estação TAQ-3 (33% ± 47%), seguidos pelos rotíferos (28% ± 50%); Cladóceras foram raros, sendo encontrados em uma ocasião na estação TAQ-2 (10/11/2007: 0,3% ± 0,5%) e na

estação TAQ-3 (18/12/2007: 0,3% ± 0,7%). A predominância das tecamebas na estação TAQ-1 pode ter ocorrido devido ao fluxo lótico, com maior velocidade da água, promovendo a ressuspensão de grupos associados ao sedimento ou subsistemas mais rasos e grande quantidade de material alóctone, provenientes das margens mesmos, como sugerido por LANSACTÔHA et al. (1997) e VELHO et al. (1999). Em ambientes preservados, tais como a estação TAQ1, abrigam uma variedade de espécies de tecamebas, quando comparada a TAQ-3, que constitui um trecho impactado, apresentando baixa diversidade de táxons, em resultado ao processo de eutrofização artificial por efluentes têxtil e doméstico.

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TAQ-1

100% 80% 60% 40% 20% 0%

TAQ-2

100% 80% 60% 40% 20% 0%

TAQ-3

100% 80% 60% 40% 20% 0% 6/10

10/11

18/12

12/1

10/7

2007

Copepoda Protozoa

20/8

27/9

2008

Cladocera Outros

Rotifera

Figura 9. Densidade relativa (%) dos grupos zooplanctônicos nas 3 estações de coleta durante as 7 campanhas realizadas no rio Taquara (Duque de Caxias, RJ).

4. CONCLUSÕES A estrutura da comunidade zooplanctônica responde às alterações físico-químicas nas três estações amostradas. Sendo assim, o zooplâncton monstrou ser um bom indicador de qualidade ambiental do rio Taquara, que possui características diferenciadas em função das interferências que sofre durante seu percurso:  Estação TAQ-1, sistema lótico oligotrófico, com menores densidades zooplanctônicas e predominância de tecamebas;  Estação TAQ-2, sistema lêntico mesotrófico (reservatório artificial),



impactado por recreação primária, com maior homogeneidade nas densidades zooplanctônicas e predominância de rotíferas e copépodas; Estação TAQ-3, sistema lótico mesoeutrófico, impactado por efluentes industriais e domésticos, com composição e densidades zooplanctônicas variáveis.

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Recebido em / Received: 2013-06-21 Aceito em / Accepted: 2013-09-10

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