com muita energia com muita energia - Biblioteca do IBGE

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Na ocasião, as provas objetivas, discursivas e práticas foram aplicadas pela ..... Sinval Dias dos Santos, chefe da UE/PR, lembra que hoje as agências ..... Elena, da DPE, comentou sobre vários momentos vividos no instituto ao lado dos ...
nº 5 | abr/ maio/ jun 2013

77anos

com muita energia

"Setenta e sete anos de história:

história que é feita de gente"

Aposentados também fazem parte desta história

Wasmália Bivar, Presidenta do IBGE

Parabéns a todos que trabalham e trabalharam construindo essa história. Fotos realizadas no teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, na solenidade comemorativa dos 77 anos do IBGE. Fotografia: Licia Rubinstein | Produção: Helga Szpiz

Carta da Presidenta nº 5 | abr / maio / jun 2013

Publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Governo Federal. Centro de Documentação e Disseminação de Informações - CDDI Coordenação de Marketing Rua General Canabarro, 706 - 3º andar Maracanã - Rio de Janeiro - RJ - 20271-205 Tel.: (21) 2142-0123 ramais 3597 / 3547 Coordenação de Marketing Danielle Macedo Editora-executiva Agláia Tavares (MTB. Nº 18 033) Edição Marcelo Benedicto Ferreira e Mario Grabois Edição de Imagens Licia Rubinstein e Helga Szpiz Projeto Gráfico Alexandre Facuri NESTA EDIÇÃO:

Reportagem Agláia Tavares, Marcelo Benedicto Ferreira, Mario Grabois e Pedro Henrique de Barros Girão (estagiário) Editoração Eletrônica Alexandre Facuri Imagem da Capa Licia Rubinstein Fotografias/Imagens Acervo da Memória Institucional do IBGE; Adalberto Souza Pereira; Adjalma Nogueira Jaques; Álvaro Vasconcellos; Ana Cláudia Ritt; Lamartine Candeia; Carolina Maia; Cruz; Flávio Cipriano; Jairo de Souza; Karine Anselmo Reis; Lamartine Candeia; Licia Rubinstein; maps.google.com.br; Marcílio Souza; Marcos Andrade; Marcos Vieira Castro; Ricardo Garcia Aratani; Rosana de Vasconcelos Souza; Talytha Cardoso; www.memoria.ibge.gov.br; e www.youtube.com/user/memoriaibge Tratamento de Imagens Licia Rubinstein Ilustração/Arte Alexandre Facuri e Helga Szpiz Infografia Alexandre Facuri e Marcos Balster (designers); Marcelo Benedicto e Mario Grabois (jornalistas) Criação Publicitária Alexandre Facuri e Helga Szpiz (designers); Renata Corrêa (publicitária) Colaboradores Carolina Maia, Rose Barros, Marco Santos e Unidades Estaduais do IBGE (BA, CE, DF, ES, MA, MT, PB, PI, PR, RN, RS, SC e SP) Revisão de Textos Gerência de Editoração: Katia Vaz Cavalcanti Copidesque e Revisão: Anna Maria dos Santos, Cristina R. C. de Carvalho e Kátia Domingos Vieira Produção Gráfica: Evilmerodac Domingos da Silva

Nessa edição, só temos que comemorar. Em maio, o IBGE fez aniversário e festejou com quem fez e faz a história dessa instituição, o servidor. São 77 anos de trajetória repleta de luta, conquistas e reconhecimento. A revista não poderia deixar de cobrir ocasião tão importante para todos os ibgeanos. Ao completar mais um ano de atividades, o IBGE destaca quem ajudou a construir essa história e a revista traz uma matéria especial sobre os aposentados. Pessoas que durante anos se dedicaram à instituição e que ao se aposentar alçaram novos voos, descobriram novos caminhos, mas sem nunca esquecer da casa que os acolheu. Pensando no presente, vemos o IBGE que conquistou e reforça, a cada dia, a cada divulgação de resultados, sua posição de órgão produtor e disseminador de informações estatísticas e geocientíficas, reconhecido no Brasil e no exterior. Posição essa conquistada com muito trabalho, experiência, competência, dinamismo e inovação. E olhando para o futuro, a instituição dá continuidade ao Planejamento Estratégico que vai guiar seus processos e atividades nos próximos anos. E pensa como preparar os servidores para os desafios e cenários que surgirão para que possam seguir em frente com a missão de produzir e disseminar informações fundamentais para o conhecimento da realidade do país e o exercício da cidadania. Espero que todos aproveitem esta edição e tenham uma agradável leitura. Saudações,

Impressão Ediouro Gráfica e Editora Ltda. Circulação IBGE Tiragem 20.000 exemplares Permitida a reprodução das matérias e das ilustrações desta edição, desde que citada a fonte.

facebook.com/ibgeoficial twitter.com/ibgecomunica

Wasmália Bivar Presidenta do IBGE

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Sumário

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Espaço do Leitor

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Encontros

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UEs e SDIs debatem instituição.

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Gestão de Pessoas

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Visualizador da INDE

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Capa

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Aposentados

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Na Internet

A trajetória do ibgeano.

Conheça esta ferramenta premiada.

Comemorações em todo o Brasil.

Experiências de quem construiu o IBGE.

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Novo site da Memória já é sucesso.

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Aqui tem IBGE

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Aplicativo

32

Nossa história

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Fotolegenda

As agências nos extremos do país.

Software inovador evoluiu com o tempo.

As agências municipais se consolidam.

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DESENVOLVIMEN DE PESSOAS

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Arte: Alexandre Facuri

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abr/maio/jun 2013 •

Carta da Redação

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Como já é de praxe, nesta segunda edição da Fala, IBGE de 2013 trazemos a cobertura da comemoração dos 77 anos do IBGE no Rio de Janeiro e em outros estados. São fotos dos momentos mais marcantes do evento que ocorreu no teatro João Caetano, bem como contribuições enviadas pelas Unidades Estaduais que festejaram o aniversário da instituição e homenagearam seus servidores.

Álvaro Vasconcellos

Fotos: Licia Rubinstein, Marcílio Souza, Flávio Cipriano, Carolina Maia

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Também preparamos uma matéria especial sobre os aposentados do IBGE. Após deixar a instituição, o que fazem hoje essas pessoas que dedicaram grande parte de sua vida ao trabalho na casa; onde vivem; que lembranças carregam. Vamos apresentar as metas e ações relacionadas com o aprimoramento da gestão do quadro funcional do IBGE, estabelecidas no seu Planejamento Estratégico 2012-2015, tendo como foco o macroprocesso conhecido como “Gestão de pessoas”. Duas outras matérias vão abordar como foi o Encontro das Unidades Estaduais (UEs) e das Supervisões de Documentação e Disseminação de Informações (SDIs), ambos no Rio de Janeiro, e os dez anos da ferramenta digital Estatcart, além de suas funcionalidades e aplicações. Na linha de tecnologia via web, o visualizador da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) será mostrado para que todos conheçam como funciona e para que serve. E o novo site da Memória Institucional é tema de matéria juntamente com o projeto Memória das UEs. Na seção Aqui tem IBGE, chegou a vez de falar da agência João Pessoa, na Paraíba, que fica perto do ponto mais ao leste do Brasil, Ponta do Seixas. Aproveitamos para agradecer todas as contribuições enviadas por vocês. Esperamos que apreciem a revista e que tenham uma grata leitura.

Equipe de redação

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Notas

Concurso público No segundo semestre, há previsão do IBGE realizar concurso público para o preenchimento de 440 vagas para os níveis intermediário e superior. Para nível superior são 140 vagas e para nível intermediário há 300 vagas. As vagas de nível superior estão divididas em: 60 para Tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas; 60 para Analista de Planejamento, Gestão e Infraestrutura em Informações Geográficas e Estatísticas; e 20 para Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas. Já para o nível intermediário serão 300 vagas para Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas. Para a coordenadora de Recursos Humanos do IBGE, Paula Dias Azevedo, “esse concurso é essencial para a casa, pois diversas áreas do IBGE precisam de reposição de servidores e para darmos continuidade a todas as atividades da instituição sem que haja comprometimento da qualidade dos nossos trabalhos”. De acordo com a autorização dada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para a realização do concurso, o IBGE tem até 23 de outubro para divulgar o edital de abertura. Último concurso - O último concurso realizado para cargos efetivos do IBGE ocorreu em 2009. Na época, foram oferecidas 350 vagas nos cargos de Analista e Tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas para diversos estados, sendo a maior parte no Rio de Janeiro. Houve oportunidades para formados em Jornalismo, Engenharia (várias áreas), Geografia, Ciências Contábeis, Letras, Pedagogia, Arquivologia, entre outros. Na ocasião, as provas objetivas, discursivas e práticas foram aplicadas pela fundação Cesgranrio, com análise de títulos para todas as áreas de conhecimento.

Brasil na ONU No dia 25 de abril, o Brasil foi confirmado oficialmente como integrante da Comissão de Estatística das Nações Unidas. O resultado da eleição indicou que a maioria dos votantes escolheu o país que recebeu 34 dos 54 votos válidos. O Brasil estava concorrendo com outros países da América Latina e, agora eleito membro da comissão, irá representar também a região. A candidatura mexicana recebeu 18 votos e a do Suriname, 2. O mandato é de quatro anos, com início em 2014 e término previsto em 2017. Angola, Líbia, Rússia, Itália, Suécia e Nova Zelândia também garantiram uma vaga na comissão. Criada em 1947, a Comissão de Estatística das Nações Unidas é o órgão que representa o sistema estatístico global, sendo composta por 24 países membros da ONU. A Comissão tem poder de decisão sobre as atividades estatísticas internacionais, especialmente na definição de normas estatísticas, no desenvolvimento de conceitos e métodos e sua implementação em níveis nacional e internacional.

Participação em eventos internacionais Este ano é celebrado o Ano Internacional da Estatística (AIE-2013). Por isso, em várias cidades do mundo serão realizados eventos que unirão diversos grupos do segmento da estatística, com o objetivo de divulgar a importância do tema para a comunidade científica e a sociedade em geral. E o IBGE, por ser o principal instituto produtor de informações estatísticas oficiais do Brasil, será sede e organizador de três tradicionais eventos internacionais nessa área. De 7 a 9 de agosto, será realizada a 35ª Conferência Anual da Associação Internacional de Pesquisas de Uso do Tempo (International Association for Time Use Research – IATUR) que vai ocupar o Centro Empresarial Firjan, no Rio de Janeiro. A Conferência Internacional “Renda, riqueza e bem-estar na América Latina” (Income, Wealth and Well-being in Latin America – IARIW) irá acontecer de 11 a 14 de setembro no Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI), no Rio de Janeiro. E o Workshop e VI Conferência Internacional sobre Estatísticas Agropecuárias (ICAS) VI ocorre de 21 a 25 de outubro no hotel Windsor Guanabara, no Rio de Janeiro. Além desses, o IBGE também marcou presença em outros importantes eventos. De 18 a 20 de junho, aconteceu o MundoGEO#Connect Latin America 2013, conferência e feira de Geomática e soluções geoespaciais, no qual o instituto foi vencedor em duas categorias do Prêmio MundoGeo#Connect 2013: como “instituição pública de maior destaque” e “personalidade do ano – setor público” para a servidora Moema José de Carvalho Augusto, assistente da Diretoria de Geociências (DGC). Já em setembro, terá lugar a 3ª Conferência Internacional e Exibição em Tecnologias Geoespaciais e Aplicações: Geospatial 2013.

O que o bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, e o IBGE têm em comum? A resposta é o trabalho do engenheiro Christovam Leite de Castro (1904-2002). De 1937 a 1950, ele foi secretário-geral do Conselho Nacional de Geografia (CNG), órgão do IBGE, e diretor-presidente da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, entre 1962 e 1999. Em comemoração ao centenário de inauguração do segundo trecho do bondinho, que liga o Morro da Urca ao Pão de Açúcar, e para celebrar a criação, em 1933, da Seção de Estatística Territorial chefiada por Christovam, que ele considerava o embrião do CNG, a equipe de Memória Institucional do IBGE realizou um evento no dia 17 de julho, às 14h30, no CDDI, com o apoio da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar. No evento, foi lançada a publicação Christovam Leite de Castro e a Geografia no Brasil, da série Memória Institucional do IBGE.

Licia Rubinstein

Licia Rubinstein

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Acervo pessoal

Fernando Bezerra acredita que sua vontade de ajudar a melhorar a cartografia foi fundamental para a sua escolha.

Servidores do IBGE são homenageados No IBGE desde 1978, Paulo Renato Rodrigues da Silva se orgulha de pertencer ao corpo de funcionários. Acervo pessoal

A Sociedade Brasileira de Cartografia homenageou profissionais do IBGE com medalhas da Ordem do Mérito Cartográfico. “Essa premiação é concedida como um reconhecimento aos profissionais que se destacaram nos serviços prestados à cartografia do Brasil, podendo ser civis, militares ou estrangeiros”, explica Clayton Evangelista da Rocha, um dos ibgeanos homenageados, que entrou na casa aos 18 anos de idade, em 1987. Patrícia Stella Portella Ferreira Alves, outra ibgeana reconhecida pela Sociedade, diz como é o processo: “o IBGE seleciona e envia os nomes daqueles que cumprem requisitos e a Sociedade Brasileira de Cartografia indica aqueles que serão efetivamente premiados.”

Patrícia Stella Portella Ferreira Alves revela que sonhava em trabalhar no IBGE. Marcos Andrade

Além da medalha, a surpresa também é um fator em comum entre os seis servidores. Mesmo para Paulo Renato Rodrigues da Silva, que está no IBGE desde 1978 e que já havia sido indicado em outra oportunidade, a surpresa foi agradável. “Na hora da premiação, o que passou por meus pensamentos, olhando em minha volta e vendo tantas pessoas dignas, foi a indagação de por que fui escolhido”, revela, declarando em seguida: “essa instituição deu-me formação profissional, os meus melhores amigos e todos os recursos com que há anos mantenho minha família. Na verdade, o IBGE tem sido o meu maior prêmio”. Helena Kiyoe Ito, que entrou no IBGE em 2002, conta o motivo que mais a surpreendeu: “fiquei (surpresa) porque eu não sou cartógrafa, né? Sou engenheira florestal, mas sempre trabalhei com geoprocessamento; eu meio que tangencio a cartografia. Fiquei surpresa – realmente – e honrada, porque é um reconhecimento do meu trabalho e também do trabalho que é desenvolvido pela nossa equipe”. Fernando Bezerra, que também entrou para o IBGE em 2002, informa que essa homenagem é feita no Dia do Cartógrafo (6 de maio). Perguntado sobre a que ele atribuía a sua escolha, ele responde: “eu acho que é meu trabalho aqui mesmo, no IBGE, minha vontade de querer ajudar a cartografia do IBGE e, por consequência, como a gente trabalha em um órgão de amplitude nacional, poder ajudar a cartografia nacional como um todo”. Além dos cinco homenageados entrevistados, Solange Soares de Mello também foi condecorada com a medalha da Ordem do Mérito Cartográfico.

Clayton Evangelista da Rocha ingressou no IBGE aos 18 anos, na cidade de Goiânia / GO.

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Espaço do Leitor

Participe! Este espaço é seu. Entre em contato através do e-mail [email protected] ou nosso endereço: Coordenação de Marketing / CDDI / IBGE Rua General Canabarro, 706 - Sala 320 - Cep: 20271-205 - Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2142-0123 - Ramais 4789 / 3597 / 3547

Sugestões para a revista “Prezados coordenadores da revista Fala, IBGE , Muito interessante a apresentação dos temas, com fotografias, gráficos, padrão de letra para leitura dessa nova revista do IBGE. Sou geógrafo, trabalho na Coordenação de Geografia. Acredito que em cada edição deva ter um momento histórico ou uma entrevista com um geógrafo que fez parte do IBGE como Roberto Schmidt de Almeida. Cito esse, pois ele tem contribuição para dar aos novos que entraram. (...) Como toda revista, faltou um espaço para passatempo. Cito palavras cruzadas com palavras que envolvam pesquisas do IBGE, ou mesmo municípios brasileiros. Poderia ser também um mapa para pintar, com informativo para o link do site IBGE TEEN. E outra seria um espaço de pesquisa, cito o tema religião que é abordado no IBGE. Seria muito interessante, com gráficos, pois é citado muito pela imprensa. Acredito que também num espaço para as atividades de comemoração do IBGE, entrega de medalhas, festa comemorativa e no final de ano para as comemorações de ato ecumênico religioso e corais. Todo ano é bom colocar, pois assim os servidores ativos e inativos ficariam informados sobre as atividades de sua instituição ao longo dos anos que se passam. Essa é minha colocação. Continuem com a revista pois será de grande valia para os ibgeanos.” Jorge Kleber Teixeira Silva DGC - RJ

Prezado Jorge Kleber, Agradecemos seu contato e informamos que suas sugestões serão analisadas pela Equipe da Fala, IBGE. Em relação à matéria sobre aniversário do IBGE, informamos que se trata de pauta corrente da revista, sempre com matérias na edição mais próxima da cerimônia. Esse ano, a matéria que trata desse assunto faz parte desta edição. Atenciosamente, Equipe Fala, IBGE

Revivendo “Ao ler o Espaço do Leitor na Revista Fala, IBGE de nº 3, revivi a minha trajetória dentro do IBGE. A diferença é a entrada nessa instituição: no meu caso pelo Censo 1970. Trabalhar na Divisão de Atlas do antigo Departamento de Geografia (DEGEO) e posteriormente em suas outras divisões, contribuiu significativamente para o meu crescimento profissional como geógrafa. Os embasamentos teóricos e práticos ali adquiridos refletem até hoje na minha vida profissional. Se no momento trabalho na área da Educação Ambiental, tendo livros publicados e premiados nessa área, participo de congressos, ministro palestras, cursos e oficinas pedagógicas, agradeço ao IBGE e ao DEGEO

Todo material enviado será analisado e selecionado pela equipe da revista, podendo ou não ser publicado. O material obedecerá a critérios editoriais que excluem todo o tipo de material impróprio. Informamos que as cartas não necessariamente são publicadas na íntegra por questão de espaço na seção. Outras comunicações para a redação podem ser enviadas para [email protected] .

por todo o aprendizado ao longo dos anos como geógrafa dessa instituição. Aproveito para reiterar a minha solicitação de ver publicado nesta seção o material de Educação Ambiental enviado por mim para a análise da equipe dessa revista como exemplo de ser possível ir à busca de um novo (re)começo profissional pós-aposentadoria. Atenciosamente,” Suzi de Mattos Aposentada

Prezado Sra. Suzi de Mattos, Agradecemos seu contato. Em relação à sua contribuição, não podemos afirmar que a mesma será publicada, pois depende de vários aspectos, dentre eles, apelo jornalístico, importância do assunto em relação a outros em pauta, relevância para instituição, mas gostaríamos de agradecer o envio do material e informar que o mesmo está sendo avaliado pela redação. Atenciosamente, Equipe Fala, IBGE

Para evitar o desperdício “Olá a todos, Gostaria de sugerir que fossem retirados da lista de destinatários da revista os Agentes de Pesquisa e Mapeamento que já foram desligados do IBGE. Aqui na Agência Goiânia a rotatividade de agentes temporários é alta, e muitas revistas ficam estocadas, inutilizadas, pois, além de não termos condições de ficar ligando para esses agentes desligados virem pegar revista do IBGE, a própria natureza dos contratos faz com que não haja muito interesse na revista e no IBGE de modo geral. Só para exemplificar, recebemos a edição do primeiro trimestre hoje, e mais de 24 exemplares são para agentes de pesquisa que não estão mais trabalhando conosco. Tem vários agentes de pesquisa que foram desligados no início de 2012 e a revista continua sendo enviada. Se considerarmos que na data de hoje (10/04) o nosso quadro é de 5 efetivos e 16 temporários, 24 é um número muito expressivo. Gosto muito da revista, acho a iniciativa excelente, mas precisamos evitar o desperdício! Abraços a todos e bom trabalho!” Maria Thereza Maia Coleta de Sousa Agência Goiânia - GO

Prezada Maria Thereza, Agradecemos seu contato e informamos que já providenciamos a retirada dos agentes de pesquisa e mapeamento desligados da lista de destinatários da revista. Atenciosamente, Equipe Fala, IBGE

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Fotos: Álvaro Vasconcellos

Encontros

Encontro reuniu representantes de todas as SDIs para discutir o relacionamento do IBGE com a sociedade.

A comunicação

com a sociedade nos estados

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Marcelo Benedicto e Pedro Girão

e 14 a 17 de maio, os responsáveis pelas Supervisões de Documentação e Disseminação de Informações (SDIs) nas Unidades Estaduais participaram do encontro anual do grupo realizado no Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI). Foram quatro dias marcados por diversas apresentações, seguidas de debates, além de oficinas e treinamentos. Como não poderia deixar de ser, o foco de todas as discussões foi a busca por melhores formas de atendimento à sociedade. “As SDIs têm papel fundamental na relação com os clientes do IBGE, com as autoridades locais, empresas e cidadãos em geral. Mesmo com a Internet cumprindo parte do trabalho de disseminação, é importante ajudar o usuário a encontrar informações adequadas. Nos estados, esse é o trabalho das SDIs, que têm posição estratégica na instituição”, esclarece Nuno Bittencourt, diretorexecutivo do IBGE, na abertura do evento. Para iniciar os trabalhos, a plateia assistiu à apresentação de Wanderley Pires, cardiologista que, desde 1975, já realizou mais de 400 palestras motivacionais em diversas empresas e organizações. Segundo ele, as empresas devem estar focadas na produção de conhecimento de forma coletiva, utilizando a criatividade do seu corpo funcional.  

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Encontros

Fotos: Álvaro Vasconcellos

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O cardiologista Wanderley Pires destacou que, nos dias de hoje, as empresas e instituições devem ser capazes de produzir conhecimento.

Construir nossa história e planejar o futuro Na apresentação da equipe de Memória do IBGE, as SDIs foram convidadas a participar do Projeto História das Unidades Estaduais, especialmente na realização de entrevistas com servidores ativos e aposentados que possam ajudar a contar a história da instituição. Foi exibido um clipe com trechos de depoimentos que funcionou como um exemplo do trabalho a ser realizado e como motivação para que todos se integrem ao projeto. “É a história do IBGE do ponto de vista de seu principal patrimônio que é o servidor, pois a história das UEs não pode ser construída pelos historiadores e sim pelas próprias UEs”, explica Leandro Miranda Malavota, historiador da equipe de Memória. A apresentação sobre o planejamento estratégico foi dividida em duas partes. A primeira ficou a cargo de Paulo Quintslr, coordenador de Atendimento, que falou sobre pensamento estratégico, que é uma forma de trazer o futuro para o presente, traçando hoje o objetivo desejado para o amanhã. Em seguida, Isabela Torres, publicitária da Coordenação de Marketing (COMAR), apresentou o documento do planejamento, que está disponível para todos os servidores na página da Diretoria-Executiva (DE), destacando as metas e objetivos de disseminação.

“No debate, as SDIs disseram que a casa divide muito o processo de produção de informações e a disseminação. Primeiro, falaram sobre a dificuldade que eles têm em disseminar e o que precisam para disseminar. Aí falaram de publicidade, de infraestrutura tecnológica e do próprio conhecimento das ferramentas que o IBGE disponibiliza”, explica Isabela. Ainda segundo ela, uma questão levantada foi por que não se pensar na disseminação já na produção da estatística. A Coordenação de Comunicação Social (CCS) apresentou um levantamento dos itens do Planejamento Estratégico e da Política de Comunicação que estão diretamente relacionados com o trabalho de divulgação nos estados. Também foram discutidas propostas sobre a antecipação do envio dos releases para as SDIs e a inserção de informações regionalizadas, a realização de videoconferências com os técnicos das pesquisas como forma de preparar os estados para as coletivas, entre outros. Os participantes também assistiram às apresentações sobre a rede de bibliotecas do IBGE, as Bibliotecas Depositárias, Brasil em Números, Lei de acesso à informação, Vamos Contar, Portal de Mapas, SIDRA e Geoprocessamento, além de participarem de uma oficina sobre atendimento e um treinamento de Ferramentas Digitais.

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Troca de experiências O SIDRA e o BME, por sinal, foram os assuntos que Benedito da Silva, supervisor da SDI de Mato Grosso, mais gostou. Segundo ele, agora o objetivo é levar esses conhecimentos para a sociedade, através de treinamentos, convênios com universidades e com os municípios e estados. Para Luciene Ferreira, de Minas Gerais, o mais interessante foi ver que, tanto nas UEs menores quanto nas maiores, as dificuldades e avanços são muito similares. “A troca de experiência foi o mais importante do encontro”, comenta, principalmente diante do cenário de constantes mudanças tecnológicas e de escassez de recursos humanos e financeiros. Na opinião de Reginaldo Lopes da Silva, supervisor da SDI do Acre, o melhor foram os treinamentos sobre as ferramentas digitais, afinal “o IBGE tem um banco de dados riquíssimos, que possibilita os cruzamentos de dados que o cliente necessita”, explica. Quanto ao maior desafio que as SDIs têm para o próximo encontro, Pedro Soares da Silva, supervisor da SDI do Piauí, afirma ser a dificuldade em suprir uma crescente demanda por informações com um quadro de pessoal reduzido e decrescente, principalmente no que diz respeito aos técnicos com capacidade e disposição para prestar informações que requerem busca em Bancos de Dados ou análises específicas. Já Sueni de Mello dos Santos, supervisora da SDI de Santa Catarina, confirma esse cenário: “O nosso maior desafio atual é a questão de pessoal nas SDIs. Minha equipe, por exemplo, está toda se aposentando”.

Unidades Estaduais planejam o futuro Este ano, o encontro dos chefes das Unidades Estaduais foi realizado de 11 a 15 de março, no CDDI. Os cinco dias de trabalho foram marcados por discussões sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD contínua), planejamento estratégico e sobre a realização da Contagem da População e do Censo Agropecuário. “Esse evento foi importante porque ratificou a importância da PNAD contínua como um projeto que muda uma cultura de muitos anos na rede de coleta. Nosso papel aqui é levar esse novo cenário para todas as agências, pois hoje a grande transformação na casa é o processo de coleta”, explica José Renato Braga de Almeida, chefe da UE/RS. Diante desse desafio, Raimundo Nonato da Silva Filho, chefe da UE/PI, ressalta a necessidade de mais recursos humanos nas agências, em função do aumento do número de aposentadorias e do volume de trabalho. Sinval Dias dos Santos, chefe da UE/PR, lembra que hoje as agências estão informatizadas, transmitem diretamente os dados da grande maioria das pesquisas e têm o papel de divulgar as informações do IBGE nos municípios. Para Max Athayde Fraga, chefe da UE/ES, o encontro foi importante para mostrar que a mudança constante de cenários faz parte do ambiente organizacional e faz com que tenhamos que quebrar vários paradigmas. “Por isso, é importante as pessoas entenderem que as mudanças são necessárias”, conclui.

O Conselho-Diretor e a Coordenação Operacional dos Censos (COC) comandaram as discussões no Encontro das UEs, realizado no CDDI.

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Gestão de Pessoas

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Pé firme

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Marcelo Benedicto

assar em um concurso público muito disputado é o primeiro passo para uma pessoa se tornar servidor do IBGE e começar a caminhada na estrada que o levará deste momento de conquista até a aposentadoria - fase sobre a qual nossos aposentados falam com muito orgulho na matéria especial dessa edição da Fala, IBGE. Entre um extremo e outro dessa estrada, outras etapas também marcam a trajetória profissional de quem a percorre, de quem se torna ibgeano e trabalha para que a instituição sempre cumpra sua missão. Essas etapas foram incluídas no macroprocesso gestão de pessoas do Planejamento Estratégico 2012-2015 do IBGE para serem avaliadas e reestruturadas. Nesta matéria, vamos caminhar por esta estrada para conhecer alguns projetos que estão sendo elaborados com o objetivo de possibilitar o desenvolvimento profissional dos servidores da casa. Essas iniciativas estão alinhadas a programas de melhoria da gestão desenvolvidos pelo governo federal.

Ilustração: Alexandre Facuri

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Tornando-se ibgeano Hoje o IBGE vive um momento de reavaliação de suas necessidades profissionais e de seus processos de trabalho. A adoção de novas tecnologias que alteram procedimentos, que até então pareciam consolidados, e a possibilidade de aposentadoria de grande parte do quadro de servidores são aspectos que estão influenciando o planejamento da força de trabalho. “É uma tarefa que precisa da participação de todo mundo para identificar as demandas e definir o quantitativo que vamos precisar”, afirma Paula Dias, coordenadora de Recursos Humanos, ao se referir à contratação de novos funcionários nos próximos concursos, a serem realizados anualmente. A expectativa é de que todos os novos participem do Programa de Integração dos Novos Servidores (PINS), como vem ocorrendo desde 2004. “É um choque você entrar numa instituição e não ter nada. Você leva um tempo até conseguir entender o que é que se faz, como é que as coisas funcionam”, comenta Paula ao se lembrar da experiência vivenciada em 2002, quando ingressou no IBGE. Dadas as boas-vindas, a meta é acompanhar o servidor para monitorar a sua integração ao trabalho e à instituição, através de pesquisas de acompanhamento até o fim do estágio probatório. Com isso, espera-se conhecer as expectativas da pessoa, sua adequação ao local de trabalho e as necessidades de ajustamentos ou realocação. Entretanto, segundo Paula, hoje não existe um mecanismo institucionalizado de remoções internas: “O problema da mobilidade é que os próprios gestores têm dificuldade de abrir mão das pessoas. Então, às vezes a pessoa não está satisfeita, não se adequou, mas o gestor não quer liberá-la. Acontece também que tem servidor que só pensa no interesse dele e não quer saber do interesse da instituição”.

Evolução e desempenho profissional Desde o ingresso, o servidor passa por avaliações que medem seu desempenho nas atividades que desenvolve, mas que também deveriam apontar necessidades de treinamento e formação profissional, além de identificar lideranças em potencial que poderiam exercer funções gerenciais ou de liderança em projetos. Porém, hoje a avaliação

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é utilizada basicamente para a obtenção da parcela individual da Gratificação de Desempenho do IBGE (GDIBGE). “O que a gente observa, infelizmente, é que a grande maioria dos gerentes não faz o acordo de desempenho no início do semestre. Eles o fazem no final, no mesmo dia em que vão preencher a avaliação”, diz Paula. Desde 2001, o IBGE conta com um sistema informatizado de avaliação de desempenho de seus servidores. Segundo Rossana Patitucci, gerente de Provimento e Acompanhamento de Recursos Humanos (GEPAR), a avaliação possui três etapas. Primeiro, é feito um planejamento do desempenho, através de um acordo entre o avaliador e o avaliado, que estabelece as metas de trabalho a serem desenvolvidas no semestre. Depois, é feito o acompanhamento do servidor ao longo do semestre, no qual o chefe e o avaliado podem renegociar prazos e tarefas. E, ao final do período, são atribuídas notas para a apuração do desempenho. “O objetivo maior da avaliação seria fornecer um elenco de ações para o desenvolvimento profissional e para a pessoa ter uma ascensão. Esse é o nosso grande desafio, o da avaliação não ser somente para fins remuneratórios”, explica Rossana. Ainda segundo ela, a avaliação deveria proporcionar um diálogo constante entre chefe e equipe, o que criaria um ambiente propício para a colaboração e maior rendimento. No momento, está sendo contratada uma consultoria externa para ajudar na definição de como fazer um realinhamento do sistema de avaliação, contemplando competências, formas de identificação de lideranças e de desenvolvimento profissional. “É preciso fazer um treinamento gerencial para que se possa construir, ao final de cada avaliação, um plano de desenvolvimento para o servidor”, conclui Rossana.

Novas lideranças Feita a avaliação de desempenho e identificadas as lideranças, como tornar esses servidores líderes de fato? Segundo Gylcilene Ribeiro Storino, coordenadora de Planejamento e Supervisão na Diretoria-Executiva (DE), líderes são pessoas capazes de agregar outras pessoas em torno de um projeto de interesse institucional: “O gerente precisa ser líder, mas na instituição vamos ter pessoas que atuam como líder, mas não necessariamente são gerentes”. 

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Gestão de Pessoas

O projeto Desenvolvimento de Lideranças começou em 2008, no âmbito do programa de melhoria da qualidade da gestão institucional. Uma das iniciativas foi a realização de um curso de especialização em Gestão na Administração Pública, na Fundação Getulio Vargas (FGV), entre 2009 e 2012, com a participação efetiva de 53 gerentes do IBGE e potenciais sucessores indicados pela instituição. Segundo Gylcilene, a expectativa é apresentar até dezembro um plano de desenvolvimento de lideranças com a definição de competências gerenciais, temas relevantes e plano de ação para implementar essa estratégia. “Também queremos avançar num plano dirigido aos gerentes operacionais, que estão lidando com

a execução do trabalho, o chefe de agência, por exemplo”, complementa.

Educação, treinamento e formação A execução dos cursos para lideranças e de outros para os demais servidores fica a cargo da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) e das escolas de governo. Para atender a essas demandas, a escola está desenvolvendo uma Política de Treinamento e um Projeto Pedagógico de Educação Continuada. “A gente tem uma política, só que ela não está formalizada. Ela define as diretrizes: quem a gente treina, como treina e com qual objetivo. Já o projeto pedagógico é mais detalhado e

Caminhada do Ibgeano ao longo da carreira No Planejamento Estratégico 2012-2015, estão previstas ações para aprimorar o quadro de pessoal do IBGE. Em conjunto, elas possibilitam uma visão da trajetória do servidor, da entrada e integração nas atividades até as etapas de desenvolvimento profissional - através da implementação de uma política de desenvolvimento de pessoas e de uma política de treinamento, que vinculam avaliação de desempenho ao aperfeiçoamento e à ascensão profissionais.

CONCURSO

NOVOS SERVIDORES Meta: realizar programas de integração e acompanhamento para verificar adequação e necessidade de ajustes na atuação profissional ou na lotação. Desafio: remover servidor para outro setor.

APROVADOS

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Em debate

“Não temos um critério fechado, mas isso é uma coisa que a gente quer mudar. Então, o que hoje está funcionando para os chefes de UE, a gente gostaria que também fosse estendido para os outros cargos, que as pessoas pudessem se candidatar a uma determinada vaga e passar por um processo de seleção, com avaliação de conhecimento técnico, gerencial e de comportamento”, explica Paula.

Todos esses projetos estão em discussão e têm metas a serem cumpridas até 2015. Dentre os debates que surgiram ao longo do processo, está a possibilidade de se estabelecer processo seletivo para cargos de chefia, nos moldes em que ocorre a escolha de chefes de Unidades Estaduais (UEs). Hoje são as próprias pessoas que ocupam cargos que indicam outras para ocuparem outros cargos.

Outra discussão envolve a avaliação de desempenho. Primeiro, a possibilidade de os subordinados avaliarem o desempenho dos chefes, o que Rossana chama de “avaliação 180 graus”, e o ciclo de avaliação deixar de ser semestral e passar a ser anual, conforme proposta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

técnico: define se um curso é presencial ou a distância, sua carga horária, como seleciono e aprovo um instrutor, quais são os critérios pra produzir um material didático, qual avaliação utilizo”, esclarece Bruno Taranto Malheiros, pedagogo da ENCE.

Avaliação de desempenho

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Meta: garantir o correto cumprimento das etapas previstas de acordo, acompanhamento e avaliação do desempenho.

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Desafio: vinculá-la ao aperfeiçoamento e à ascensão profissionais, e não apenas à remuneração.

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DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS

Treinamento e educação Meta: possibilitar a capacitação dos servidores.

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A proposta é planejar a carreira dos ibgeanos a partir dos resultados de cada avaliação de desempenho, que deve apontar a necessidade de treinamento, novas possibilidades profissionais, problemas e indicar lideranças.

Arte: Alexandre Facuri

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Desafio: sempre vincular a participação em cursos ao aperfeiçoamento profissional.

Lideranças e funções gerenciais Meta: definir formas de identificar e preparar líderes e gestores. Desafio: hoje essa escolha é feita através de indicação pessoal, com exceção dos chefes das UEs.

Fonte: DE/CRH.

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Visualizador da INDE

Livre, leve

e fácil de usar

Visualizador da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (VINDE), desenvolvido pelo IBGE, tem reconhecimento de usuários, sociedade e governo e ganha prêmio em Tecnologia da Informação

A

Mario Grabois

ideia de construir um visualizador para a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) surgiu no Grupo de Trabalho (GT) de Tecnologia, um dos vários GTs que integram a INDE. A opção por criar um visualizador próprio em lugar de utilizar uma ferramenta livre já existente objetivou atender às inúmeras demandas da infraestrutura nacional e uma delas em especial: o apoio ao público não especialista na utilização de sistemas de informações geoespaciais (SIG). Um exemplo típico desse público são os professores de geografia que, muitas vezes, não possuem treinamento para usar ferramentas SIG e, por isso, necessitam de um instrumento digital mais amigável para lidar com informações geoespaciais, seja para seu próprio estudo e pesquisa ou para realizar apresentações em salas de aula. O desafio, portanto, era criar um aplicativo leve e fácil de usar e que respondesse a todas essas necessidades.

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No início de 2010, o trabalho começou a ser desenvolvido diretamente pelo coordenador de Desenvolvimento e Manutenção de Sistemas da Diretoria de Informática (CODES/DI), Hesley da Silva Py. Ele conta que iniciou as primeiras definições do visualizador, mas que o ingresso de novos servidores no IBGE, em 2010, possibilitou que alguns deles fossem alocados para colaborar nesse trabalho. “Foi quando o projeto cresceu e ganhou um impulso mais significativo, isso foi a partir de 2011”, explica o coordenador. Hesley esclarece ainda que trouxe o projeto para uma área da Diretoria de Informática (DI) que atende à Diretoria de Geociências (DGC). “Foi um momento em que a gente agregou mais pessoas com mais conhecimento e aí o projeto deslanchou mesmo”, informa Hesley, valorizando o trabalho em equipe como um dos fatores do sucesso do visualizador. Um outro momento bastante significativo para o avanço do projeto foi o apoio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), uma vez que o VINDE abria novas possibilidades para a gestão e o acompanhamento das diversas ações e políticas públicas promovidas pelo ministério. Hesley ressalta que o MPOG é um dos órgãos da administração federal que mais disponibiliza informações para consulta através do VINDE. “Hoje, você acompanha todos os órgãos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) através do visualizador, você sabe quanto está custando uma obra, qual a data de previsão de início, os dados são atualizados constantemente e quem atualiza é o próprio produtor; isso é completamente descentralizado”, diz o coordenador.

Hesley avalia que concorrer aos prêmios cria motivação na equipe e que a conquista da premiação é um grande benefício para todos, pois mostra que o trabalho está alcançando resultados que se estendem por toda a sociedade e é percebido por ela. “Quando o reconhecimento vem de fora, quando vem de um prêmio, ele é muito interessante”, diz Hesley, que aponta, também, a repercussão desse prêmio ganho pelo IBGE entre os profissionais de consultorias e o mercado em geral. O coordenador comenta que as consultorias reconhecem a excelência do trabalho e aquelas que prestam serviço para o IBGE fazem questão de registar o fato em seus portfólios.

Futuro O coordenador da CODES/DI, Hesley, sublinha que o atual momento é de avaliação dos recursos computacionais necessários para se promover as atualizações necessárias à evolução do projeto. O objetivo é melhorar as funcionalidades existentes, ampliar a quantidade de temas disponíveis e a performance, tudo isso sem alterar a essência da sua característica básica, que é a combinação de ser uma ferramenta leve e fácil de usar. Hesley lembra que o visualizador está preparado para “durar” por muito tempo. “Enquanto essa tecnologia for aderente, porque da forma como ele foi construído, ele é genérico, facilmente customizado”, explica Hesley, concluindo com uma expectativa: “Nós estamos propondo para o Governo Federal que ele seja o visualizador utilizado pelo governo”.

Álvaro Vasconcellos

Além do Ministério do Planejamento, outros ministérios e órgãos públicos já disponibilizam informações na INDE e algumas outras instituições estão se organizando para fazê-lo também.

Repercussão O prêmio TI & Governo 2012, que foi conquistado pelo projeto VINDE, é uma iniciativa da Plano Editorial, empresa responsável por uma série de publicações na área de informática, e tem por objetivo divulgar as melhores iniciativas de governo eletrônico no Brasil. Nos últimos anos, a Diretória de Informática do IBGE tem recebido vários prêmios por seu desempenho e práticas de inovação. Hesley da Silva Py (na cadeira) e a equipe que participou da elaboração do VINDE.

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Ana Cláudia Ritt

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Emoção, união e

confraternização nos 77 anos do IBGE

E

Mario Grabois

sse foi o clima que marcou as comemorações do aniversário de 77 anos do IBGE. Em todo o país, ibgeanos e ibgeanas se reuniram para celebrar mais um ano de conquistas e realizações da instituição e para homenagear os colegas que completaram 10, 15, 20, 30 ou 40 anos de serviços, além daqueles que já se aposentaram. No Rio de Janeiro, a solenidade foi realizada no teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, com direito a uma “esticada” na Estudantina Musical, a gafieira mais tradicional da cidade, onde foi servido o coquetel de congraçamento. Além da tradicional entrega das medalhas e troféus, houve oito homenagens especiais para aposentados das diretorias Executiva, de Pesquisas, de Geociências, de Informática e da Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Também foi destaque a presença de seis chefes de Unidades Estaduais (Pará, Sergipe, Goiás, Rio Grande do Norte, Maranhão e Acre) que completaram 10 anos de IBGE e compareceram ao Rio de Janeiro para participar do evento. Foi lida uma carta da presidenta, na qual ela fez um balanço da situação atual do IBGE e apontou as perspectivas dos próximos anos. Mas, antes da leitura, Wasmália fez questão de dizer algumas palavras, realçando que naquele momento se comemoravam 77 anos de uma história que deve ser considerada como “uma história feita de gente”. A presidenta lembrou, ainda, o papel que o IBGE desempenha no Brasil de hoje. “Nós somos uma democracia se consolidando, um país que cresce, se torna menos desigual e que resolve vários dos seus problemas”, disse. O diretor-executivo do IBGE, Nuno Duarte da Costa Bittencourt, destacou que o instituto vive “um momento único” porque a instituição é cada vez mais requisitada tanto por órgãos públicos como por empresas privadas, além do crescente reconhecimento internacional. O coral do IBGE, que foi acompanhado por uma orquestra de câmara, finalizou a solenidade ao som de Tim Maia e reservou uma surpresa para o “grand finale”:

a apresentação dos hinos dos times de futebol do Rio de Janeiro, com os integrantes do coro vestindo as camisas e agitando as bandeiras das agremiações.

Álvaro Vasconcellos

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Nos estados Os 77 anos foram comemorados em muitas Unidades Estaduais, que organizaram eventos e festas.No Piauí, o aniversário foi comemorado com um “arraiá” junino com a presença de servidores e familiares que promoveram uma animada quadrilha. No Distrito Federal, cerca de 200 pessoas, entre servidores efetivos e contratados, familiares e convidados marcaram presença na Reserva Ecológica do IBGE, em um dia inteiro de atividades esportivas e sociais.

Licia Rubinstein

No Ceará, a UE homenageou servidores que completaram 10, 30 e 40 anos. Foi realizado o lançamento de dois volumes inéditos da série “História da Vida dos Servidores do IBGE no Ceará”. Na Paraíba, também houve homenagem aos ibgeanos com 10, 30 e 40 anos de atividades e o chefe da UE, Aniberto Mendonça de Melo, fez uma saudação aos servidores. No Maranhão, foram homenageados os aposentados e ativos com 10 e 30 anos e foi servido um café da manhã especial para todos.

Servidores participam da solenidade no teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

A comemoração no Paraná foi realizada na sede da UE e contou, mais uma vez, com a apresentação do coral de lá. Foram homenageados os servidores com 10 e 30 anos e, a exemplo de outras unidades, também foi servido um café da manhã para os participantes do evento. No Rio Grande do Norte, as comemorações da UE foram realizadas em parceria com a Associação dos Funcionários do IBGE e, além da tradicional entrega de medalhas, houve o lançamento do projeto “Amigo do Meio Ambiente”.

O coral do IBGE fez uma homenagem aos principais times de futebol do Rio de Janeiro. O espetáculo “levantou” a plateia, contribuindo para promover ainda mais o ambiente de alegria e confraternização.

No Espírito Santo, foram homenageados os servidores que completaram 10, 30, 40 anos e os aposentados e a comemoração foi com bolo e refrigerantes. Na UE/RS, a comemoração começou com a apresentação do coral “Canta e Conta o Brasil”. Depois, vieram as homenagens para 35 servidores, entre ativos completando 10 e 30 anos de IBGE e aposentados. O bolo de aniversário de 77 anos foi servido na antessala do auditório, onde fica exposto o acervo museológico da unidade. Após a confraternização, houve uma palestra sobre o site Memória Institucional e o projeto História das Unidades Estaduais. A UE/SC dedicou todo o mês de maio à comemoração do aniversário da Instituição. Foram quatro semanas de atividades envolvendo os servidores com direito a palestras, atividades com terapeutas e cerimônia festiva.

Álvaro Vasconcellos

Em São Paulo e em Mato Grosso, os 77 anos foram celebrados com um coquetel na sede da UE e a entrega de medalhas e troféus.

A “esticada” foi na Gafieira Estudantina Musical, na Praça Tiradentes, onde foi servido o coquetel.

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Fotos: Álvaro Vasconcellos

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A coordenadora geral da ENCE, Denise Britz do Nascimento Silva saúda os homenageados Frederico Cavalcanti (1) e Maria Lúcia Caetano da Fonseca (2); a diretora de Pesquisas, Márcia Quintslr, entrega os troféus a Lúcia Elena Garcia de Oliveira (3) e Martha Maria Malard Mayer (4); Paulo Bahia de Araújo recebe o troféu das mãos do diretor de Informática, Paulo César Moraes Simões (5); os homenageados da DGC, Edson Pereira Ribeiro (6) e Evangelina de Oliveira (7); Orlando Cadengue recebe o troféu do diretorexecutivo Nuno Duarte da Costa Bittencourt (8).

Experiência Esse ano, no evento no Rio de Janeiro, a instituição fez oito homenagens especiais a servidores aposentados. São eles: Frederico Cavalcanti e Maria Lúcia Caetano da Fonseca, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE); Paulo Bahia de Araújo, da Diretoria de Informática (DI); Edison Pereira Ribeiro e Evangelina Xavier Gouveia de Oliveira, da Diretoria de Geociências (DGC); Orlando Cadengue, da Diretoria-Executiva e Lúcia Elena Garcia de Oliveira e Martha Maria Malard Mayer, da Diretoria de Pesquisas (DPE). Foi um momento de emoção, não só para os que recebiam a homenagem, mas, também, para a plateia, pelo reconhecimento do papel representado por cada um, pelo trabalho e o convívio de tantos anos.

Paulo Bahia de Araújo, homenageado da DI, lembrou que as conquistas foram feitas “com todos os funcionários do IBGE, todos eles ajudaram a construir isso que nós temos”. Lúcia Elena, da DPE, comentou sobre vários momentos vividos no instituto ao lado dos amigos. “O IBGE passou por muitas fases de turbulência e eu vivi com as equipes de trabalho no IBGE, com meus colegas”, ela disse. Já Evangelina Xavier Gouveia de Oliveira deixou uma lição. “Eu vou só contar para vocês que a gente sempre acha que o tempo não passa. E aí eu estava lembrando que o primeiro trabalho que eu fiz no IBGE foi colorir um mapa... à mão. Acho que passa”, ensinou a ex-servidora da DGC.

Licia Rubinstein

Nova geração Eles possuem dez anos de casa e experiência, vivência e mérito suficientes para estar à frente de Unidades Estaduais (UEs) e, por isso, foram homenageados na cerimônia dos 77 anos, realizada na Sede, no Rio de Janeiro. Os chefes das UEs do Acre, Marco Fabio de Souza Esteves; de Goiás, Edson Roberto Vieira; do Maranhão, Marcelo Virginio de Melo; do Pará, Rony Helder Nogueira Cordeiro; do Rio Grande do Norte, Jose Aldemir Freire e do Sergipe, Adriane Almeida do Sacramento, que está de licença, sendo substituída por Hellie de Cassia Nunes Mansur, que também completou dez anos, fazem parte de uma nova geração que vem assumindo novas responsabilidades na casa. Há um ano na chefia da UE/PA, Rony Helder, diz que no IBGE trabalho e aprendizado caminham juntos no dia a dia. “Inclusive, com os colegas mais experientes lá da Unidade”, explica Rony, ao valorizar o contato enriquecedor entre servidores de diferentes gerações. A opinião é compartilhada por todos eles. Marco Fabio de Souza Esteves, da UE/AC, diz que o IBGE apresenta sempre novos desafios e que, todos os dias, “surge um novo aprendizado, alguma coisa nova”, completa.

Da esq. para dir., José Aldemir Freire, UE/RN; Marcelo Virgínio de Melo, UE/MA; Edson Roberto Vieira, UE/GO; Hellie de Cássia Nunes Mansur, UE/SE; Marco Fábio de Souza Esteves, UE/AC; e Rony Helder Nogueira Cordeiro, UE/PA.

“A gente

precisa de todos”

Fala, IBGE: São 77 anos de IBGE e um ponto de destaque é o grande reconhecimento alcançado pelo instituto tanto nacional, como internacional. O que faz a diferença do IBGE? Wasmália Bivar: O IBGE é uma instituição que a sociedade brasileira, hoje, reconhece que não consegue viver sem. Como acontece nos outros países, as instituições como o IBGE são instituições públicas por natureza e são instituições que têm de ser preservadas, porque o que elas produzem é um bem público. Outras instituições produzem informações. Por exemplo, um banco faz previsões de preço, só que ele não compartilha isso com ninguém porque ele ganha dinheiro em cima disso, então a função de uma instituição como o IBGE é compartilhar, é fazer com que a sociedade se sinta igualmente informada para fazer o melhor uso desses dados. Justamente porque é uma instituição que produz as informações em períodos menos democráticos, em períodos mais conturbados na nossa história, tentaram que a instituição fosse calada, porque o que ela diz é revolucionário de certo modo; informa sobre a realidade e é revolucionário nesse sentido. E eu acho que as nossas posições justamente nesses períodos de crise nos levaram a ser o que nós somos hoje, uma instituição que ama o que faz, respeita muito o que faz e conquistou a sociedade justamente por essas características que são, na verdade, os seus próprios princípios – de ser imparcial, de ter a informação igual para todos, informação relevante, no tempo adequado... Acho que tudo isso foi uma conquista dos ibgeanos,

por isso não é só algo que nos deram, isso foi conquistado pelos ibgeanos e pela sociedade brasileira. Fala, IBGE: O que se percebe é que o IBGE é muito respeitado pela sociedade... Wasmália Bivar: Ele é cada vez mais requerido, cada vez mais necessitado, é importantíssimo. Eu acho fundamental que ele seja fortalecido e que a sua produção se diversifique, porque a sociedade e as suas necessidades vão se diversificando. Eu acho que esse papel a gente tem feito, talvez não na velocidade que nós gostaríamos, talvez não com os recursos que nós desejaríamos e necessitaríamos ter, mas nós estamos sempre evoluindo. Fala, IBGE: E os próximos anos? Wasmália Bivar: Olha, o IBGE somos nós. E nós somos, como eu falei, uma instituição com profissionais competentes, qualificados e muito envolvidos com o que é a missão institucional. No ano em que a gente vai fazer um concurso de mais de 440 ibgeanos, a gente espera que esse espírito contamine, contagie quem entra, que assumam essa missão. Porque nós vamos precisar, do mesmo jeito que nós precisamos dos que estão aqui hoje, tanto os que estão recebendo medalha de 30 anos, quanto os que estão recebendo as de 10, quanto os que só vieram assistir porque ainda nem têm tempo para receber medalha. A gente precisa de todos eles, precisamos que eles realmente façam essa história.

Licia Rubinstein

Em meio ao clima de confraternização e comemoração no teatro João Caetano, a presidenta Wasmália Bivar encontrou um tempo para uma pequena entrevista à “Fala, IBGE”, na qual reafirmou, mais uma vez, a preocupação central que tem norteado a sua administração: o IBGE é feito pelos seus servidores e eles têm que estar, sempre, em primeiro lugar.

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Comemoração RS

PI

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nas UEs

Fotos: Adalberto Souza Pereira (MA); Ana Cláudia Ritt (PR); Carolina Maia (RS); Flávio Cipriano (PI); Jairo de Souza (ES); Karine Anselmo Reis (SC); Lamartine Candeia (PB); Marcílio Souza (DF); Marcos Vieira Castro (RN); Ricardo Garcia Aratani (MT); Rosana de Vasconcelos Souza (CE); e Talytha Cardoso (SP).

PR

MT

DF

SP

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Aposentados

Licia Rubinstein

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Grupo de aposentados presentes na cerimônia em comemoração aos 77 anos do IBGE, realizada no Rio de Janeiro.

Laços que não

se rompem

Q

Marcelo Benedicto e Mario Grabois

uando conversamos com os ibgeanos aposentados, percebemos que estamos diante de pessoas que ainda mantêm vínculos com a instituição. É claro que, após muitos anos de trabalho, um novo horizonte se abre com a aposentadoria: mais tempo para conviver com a família e amigos, para participar de atividades de lazer e até mesmo vivenciar outras oportunidades profissionais. Mas o contato com os antigos colegas de trabalho, em almoços e encontros calorosos, a permanente luta em defesa de direitos, as visitas ao IBGE para resolver questões administrativas e para serem homenageados, como ocorreu nas comemorações dos 77 anos do IBGE, são exemplos da constante presença dos aposentados nos corredores da casa. Presença que mostra o quanto esses 6 mil inativos ainda participam ativamente da construção da história do instituto.

Uma experiência marcante Quando resolvem exercer o direito ao descanso após tantos anos ajudando a retratar o país, nossos aposentados levam na bagagem a lembrança de uma experiência marcante, como ocorreu com o engenheiro cartógrafo Milton Santos. Ele ingressou no IBGE em 1954, logo após concluir o serviço militar obrigatório. Ele veio do Espírito Santo para o Rio de Janeiro para servir o Exército após ser um

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Depois do trabalho: os números + TOTAL DE APOSENTADOS

3.006

2.998

6.004

TOTAL DE PENSIONISTAS

290

2.134

2.424

4.303

2.138

6.441

TOTAL DE SERVIDORES ATIVOS

IDADE MÉDIA EM ANOS QUE O SERVIDOR SE APOSENTA

59,89

55,25

QUANTIDADE MÉDIA DE ANOS TRABALHADOS NO MOMENTO DA APOSENTADORIA

29,89

27,99

Arte: Alexandre Facuri

• GRAU DE ESCOLARIDADE DOS APOSENTADOS:

2.904 Nível Superior 2.176 Nível Médio dentre escolaridades 924 Distribuídos inferiores ao segundo grau completo

• TOTAL DE APOSENTADOS QUE VOLTARAM A TRABALHAR NO IBGE:

* Nomeado em cargo em comissão.

dos primeiros colocados no exame psicotécnico, apesar de apenas saber assinar o nome. Um ano e três meses depois, foi indicado por um comandante para ir trabalhar no IBGE. Ao chegar ao instituto, disseram que estavam precisando de um datilógrafo, mas ele nunca tinha visto uma máquina de escrever. “Eu falei: olha, eu sei mexer com mosquetão e com metralhadora portátil. Aí resultado: fui parar na portaria, fazer faxina, limpar banheiro”, conta Milton.

22 Servidores

com Situação 04*

Fonte: Dados referentes à fita espelho (SIAPE) de abril de 2013. DE/CRH.

Logo que conseguiu o emprego, resolveu voltar a estudar. Não tinha grandes expectativas, mas quando menos esperou já havia terminado o antigo primário e o ginásio. Em um piscar de olhos concluiu o segundo grau, passou no vestibular para geografia e depois mudou para engenharia cartográfica. Daí, para a pós-graduação foi um pulo. O investimento valeu a pena. Nos 37 anos em que trabalhou no IBGE foi fotógrafo, ministrou cursos, chefiou equipes e fez mapeamentos. 

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Licia Rubinstein

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Aposentados

Já Maria de Fátima de Paiva e Matos faz parte do time daqueles que foram e ainda são ibgeanos de corpo e alma, pois construíram toda a vida profissional dentro da instituição. Com 18 anos foi fazer a carteira de identidade, viu um cartaz com o anúncio de concurso para o Censo 1970 e se inscreveu. No dia marcado, o pai a levou para fazer a prova em um Maracanã lotado que a espantou. Depois da emoção de disputar o primeiro emprego e conquistá-lo de fato, ela se deparou com o desafio de ser chefe de posto de coleta. Apesar do frio na barriga e da sensação de “não saber nada”, enfrentou mais esse desafio. “Eu tinha uma operação de garganta marcada, mas o chefe disse para eu fazer a cirurgia e voltar depois”. E foi o que ela fez: voltou e ficou 38 anos na casa. “Eu gostava de trabalhar, de ir aos congressos, de apresentar trabalho, eu gostava de fazer”, conta Maria de Fátima, que trabalhou nos censos demográfico e agropecuário e no projeto Previsão de Safra. Não é raro ouvir dos aposentados, bem como de quem ainda trabalha na instituição, que aqui muito se aprende. Geraldo Magela Campos de Morcerf não tem dúvidas quanto a essa questão: “O IBGE é uma grande escola da vida e, nessa escola da vida, a gente tem que saber aproveitar as oportunidades, porque muitos colegas saem do IBGE e continuam sua vida profissional. E, no meu caso, acho que saí muito bem porque essa escola da vida me proporcionou desempenhar outras funções que até hoje eu ainda exerço”. Magela trabalhou 32 anos no IBGE. Ingressou na ENCE e depois atuou em diversas pesquisas, além de ter sido chefe da antiga Divisão de Pesquisas de Minas Gerais.

Mas, um dia chega a hora... Após conviver tantas décadas nessa “escola de vida”, como saber o momento certo de se aposentar? “Eu acho que (a aposentadoria) acabou sendo um processo natural. Tanto que eu trabalhei em várias áreas, fui crescendo e aí chegou um momento em que falei: chega, não preciso trabalhar mais, né? Fui fazer minhas coisas todas dentro de casa antes de aposentar, porque eu fiquei com medo do meu salário baixar muito. Aí pintei a casa, comprei geladeira, troquei o carro, fiz tudo antes porque eu não sabia como ia ser”, recorda Maria de Fátima.

Integrantes da diretoria da Associação Nacional dos Aposentados e Pensionistas do IBGE (DAPIBGE).

Além da certeza de já ter cumprido os anos necessários para se aposentar, outros fatores também influenciam na hora de decidir, como ocorreu com Antonio José de Castro. “Sabe com quantos anos eu me aposentei? Eu me aposentei quando queria continuar trabalhando. Mas acontece que chega um ponto de você sentar na mesa, todo mundo ter processo para fazer e você não ter nada. Eu sempre me orgulhei muito de trabalhar no IBGE, mas no final eu já estava achando que eu já não era mais útil”, revela Castro, que ingressou em 1960 e trabalhou 37 anos como assistente técnico-administrativo do IBGE. Para outros, a saída foi fruto de uma sensação de dever cumprido e o desejo de continuar a vida profissional fora da instituição. “Eu entrei no IBGE em 1973, na área de Recursos Naturais e Meio Ambiente. Achei fantástico, fiquei apaixonada pela área, participei de vários projetos. Em 1992, me aposentei. Disse: acho que já cumpri com a minha tarefa aqui, vou partir para outra”, conta Maria Guilhermina Esteves, que se aposentou e passou a atuar como consultora.

Cantando juntos Sendo ou não sendo uma decisão simples de ser tomada, um dia a aposentadoria bate à porta. E nessa hora não tem jeito. Porém, ter atuado em diversas atividades e acompanhado as mudanças pelas quais a casa passou ao

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longo do tempo são fatores que motivam quem se aposenta a manter os laços com a instituição. Isso sem falar nos amigos, é claro. O coral do IBGE é um bom exemplo de atividade que contribui para os aposentados continuarem integrados ao instituto, como atesta Maria Auxiliadora Lima Teixeira: “Bom, eu sempre fui do coral. Eu acho que vale a pena não deixar esse vínculo com o IBGE morrer. Tem aposentados que se sentem sozinhos porque, quando você se aposenta, se esquecem de você. Então, aqui nós nos encontramos”. Sentimento compartilhado por Elias Alves de Oliveira: “Eu resolvi continuar participando desse coral para continuar ligado aos amigos”. Em alguns casos, o coro é onde estão as melhores amizades. “Meus amigos são daqui de dentro, lá fora não tenho ninguém. Tudo a gente comemora junto”, relata Lucia Maria Cunha Ribeiro. Porém, o coral também ajuda a fortalecer o orgulho de ser ibgeano, como diz a aposentada Sulamita Barreto de Oliveira Aquino: “Estar no coral é uma das melhores coisas que acontece. Aqui a gente mantém o vínculo com a nossa instituição, que eu amo. O IBGE que me alimenta até hoje, que me sustenta, que mantém a minha família, então por isso ele é muito importante na minha vida”.

Mobilização constante

Cruz

A defesa de direitos é um aspecto que integra todos os ibgeanos aposentados e os faz permanecer constantemente atentos às mudanças relativas à vida funcional dos servidores. “O artigo 40 da Constituição que está em vigor diz que você se aposenta e não perde nada, mas hoje já se perdeu muito com reformas e com emendas constitucionais”, explica Benedito Sérgio de Almeida Alves, o Bené, presidente da Associação Nacional dos Aposentados e Pensionistas do IBGE (DAPIBGE), que entrou para o IBGE em 1970 como estagiário e se aposentou em 1998. Para realizar seu trabalho, o DAP conta com a colaboração de alguns de seus associados. Irene Liberata

Campanha salarial e gratificações de qualificação (GQs) foram assuntos discutidos na V ENAAP, em Juiz de Fora.

Nogueira é uma dessas pessoas. Ingressou no IBGE como perfuradora, depois trabalhou como secretária e administradora.“Em 1993, fui ao DAP para ver um negócio que a gente tinha direito. Aí eu cheguei lá, tava a Lucinda sozinha atendendo uma fila imensa. Aí eu falei: ‘Você quer uma ajuda?’. Ela aceitou e a fila diminuiu rapidinho. No final do dia ela disse: “você não quer trabalhar com a gente?”. Enfim, o que significa aposentar-se? Para Bené, não há dúvida: aposentadoria é renovação. Segundo ele, durante muito tempo como a expectativa de vida era mais curta, as pessoas se aposentavam para morrer: “Mas agora, nós estamos nos aposentando para viver uma nova vida e não para ficarmos presos ao passado”.

Dias de luta Nos dias 28 e 30 de abril, foi realizado, em Juiz de Fora, o V Encontro Nacional dos Aposentados, Aposentandos e Pensionistas do IBGE, que contou com a participação de 94 delegados (representantes eleitos) de todo o país. Dentre as deliberações, temas como a conjuntura nacional, campanha salarial, gratificações de qualificação (GQs), contrato temporário, e organização e mobilização das secretarias de aposentados, aposentandos e pensionistas. Outra questão discutida foi o projeto de vida na aposentadoria, elaborado em função do grande número de servidores que deverão se aposentar nos próximos anos. O encontro é promovido pela Secretaria Nacional dos Aposentados e Pensionistas, criada pela Associação dos Servidores do IBGE – Sindicato Nacional (ASSIBGE-SN). A secretaria tem como objetivo cuidar das reivindicações e lutas específicas dos ex-ibgeanos, além de organizar atividades sociais e culturais.

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Na Internet

Nossa história,

nossa memória www.youtube.com/user/memoriaibge

www.memoria.ibge.gov.br

Páginas principais do novo site e do canal Memória IBGE no Youtube, onde estão depositados os vídeos da História Oral.

E

Marcelo Benedicto

m abril de 1986, os ibgeanos provavelmente ficaram muito curiosos ao verem a imagem de um sapo estampada na capa da revista Nova Imagem que acabavam de receber. Tratava-se de Bartolomeu que, no contexto das comemorações pelos 50 anos do IBGE, foi escolhido para ser símbolo do projeto Memória e comenda a ser entregue a todos os servidores que colaborassem com o projeto naquele momento. Agora o sapo está de volta, repaginado e ainda fazendo sinal de positivo com o polegar, mas sem os curativos e ataduras que o envolviam quando posou para a revista há quase 30 anos. Bartolomeu voltou para mais uma vez convocar os ibgeanos a participarem da construção da memória do instituto. Agora o convite é para todos navegarem nas

Licia Rubinstein

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páginas do Núcleo Virtual da Rede de Memória do IBGE, site que divulga publicações, vídeos, instrumentos de pesquisa, sínteses históricas e depoimentos elaborados pelos servidores do IBGE. Para acessar esses conteúdos e saber o que causou os antigos ferimentos no nosso sapo o caminho é http://memoria.ibge.gov.br/.

Caiu na rede No ar desde abril, o site contabilizou cerca de 20 mil visualizações e quase seis mil visitas até o final de junho. Segundo a equipe de Memória, grande parte desses acessos foram feitos pelo público externo, mas há a expectativa de ampliação das visitas internas à medida que o site se tornar mais conhecido pelos servidores. Em relação à divulgação, o Facebook do IBGE tem sido um importante aliado. “Todos os posts que fizemos com conteúdo de memória tiveram uma boa quantidade de ‘curtidas’ e compartilhamentos. Isso mostra que não é só o corpo funcional que valoriza a história do IBGE”, ressalta Luigi. Os vídeos com as entrevistas da história oral e a linha do tempo têm sido os conteúdos mais acessados - seguidos pelas seções “galeria dos presidentes”, “sínteses históricas” e “publicações”.

Arte: Helga Szpiz

A Equipe de Memória Institucional é formada por Louise Veloso (estagiária), Leandro Miranda Malavota (historiador), Luigi Bonafe De Felice (historiador), Vera Lucia Cortes Abrantes (supervisora) e Ingrid Linhares (estagiária). A equipe é um dos pontos da Rede de Memória do IBGE, da qual participam todos os que produzem conteúdos de história e memória na casa.

Acervo da Memória Institucional do IBGE

O site foi concebido pela equipe de Memória Institucional para reunir todos os conteúdos de história e memória produzidos pela casa, que estavam disponibilizados em publicações, nas intranets e no antigo site da memória. Também há novidades, como a linha do tempo que traz uma síntese dos principais marcos da história do IBGE e o projeto História das UEs, do qual servidores de todos os estados estão convidados a participar. “O site não reflete só aquilo que estava no acervo, mas conhecimentos que são fruto do acúmulo de experiências”, explica Luigi Bonafé De Felice, historiador da equipe de Memória.

Em 1986, o sapo Bartolomeu foi capa da revista Nova Imagem para convidar os ibgeanos a participarem do projeto memória. Segundo Vera Abrantes, agora o convite é para as UEs contarem sua história, realizando pesquisas e entrevistas audiovisuais, como mostra o cartaz acima, que foi distribuído para todas as UEs e agências.

Mudança de percurso

Nesse sentido, trabalhar com memória é uma forma de divulgar a marca do instituto, ajudar a desenvolver o sentimento de pertencimento dos servidores e disseminar os acervos da instituição.

O lançamento do site marca uma nova etapa para os trabalhos de memória na instituição. Agora a proposta é desenvolver produtos com uma linguagem mais acessível para envolver os servidores e também o público externo. Hoje a memória nas empresas é uma das vertentes da comunicação organizacional, da área de recursos humanos e do marketing.

“Memória é um instrumento estratégico de gestão. Estudar determinados aspectos da história da instituição é uma forma de entender o que o IBGE é hoje para projetá-lo no futuro. É ter um repositório de informações que a gente possa mobilizar estrategicamente na hora de fazer um novo projeto”, conclui Luigi.

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Aqui tem IBGE

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Perto da

Lamartine Candeia

Ponta do Seixas

J

Agláia Tavares

maps.google.com.br

á falamos da agência Cruzeiro do Sul, no Acre e da agência Rio Grande, no Rio Grande do Sul, ambas próximas de dois pontos extremos do país: Rio Moa e Arroio Chuí, respectivamente. Agora a agência da vez é João Pessoa, mais próxima da Ponta do Seixas, ponto extremo mais ao leste do país, localizado no Estado da Paraíba. A ponta é uma pequena faixa de areia com aproximadamente 1,5 km de extensão, também considerado o mais extremo ao leste de todo o continente sul-americano. Está localizada na praia de Cabo Branco, também conhecida pela “falésia viva” que devido ao contato com o mar está sempre em movimento, sofrendo desmoronamentos constantes. Localizada no tradicional bairro Torre, a agência João Pessoa fica a 10 km da Ponta do Seixas e de Cabo Branco. Para realizar a coleta das pesquisas nos municípios da costa sul da Paraíba, é preciso passar pela conhecida faixa de areia obrigatoriamente. “A Ponta do Seixas serve de aproximação dos municípios jurisdicionados da região sul da cidade”, afirma Dávila

Maria Andrade de Figueredo, chefe da agência há quase 18 anos. Com 38 servidores, dentre efetivos e Agentes de Pesquisas e Mapeamento temporários, a agência foi criada no início dos anos de 1970 e hoje conta com 24 municípios sob sua jurisdição (Alhandra, Baía da Traição, Bayeux, Caaporã, Cabedelo, Capim, Conde, Cruz do Espírito Santo, Cuité de Mamanguape, Curral de Cima, Jacaraú, João Pessoa, Lucena, Mamanguape, Marcação, Mari, Mataraca, Pedro Régis, Pitimbu, Riachão do Poço, Rio Tinto, Santa Rita, Sapé e Sobrado), que juntos totalizam 35% da população do estado. Dentre as pesquisas que realiza estão: Pesquisa Mensal do Comércio; Registro Civil; Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA; Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC; Pecuária Municipal – PPM; Produção de Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS; Assistência Médico-Sanitária – AMS; Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB; Pesquisa Anual do Comércio – PAC e Pesquisa Anual de Serviços – PAS; além da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD e PNAD Contínua.

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Aplicativo

Estatcart

completa 10

anos

Software teve origem na Base de Informações Municipais

U

Mario Grabois

Mario Henrique Monteiro de Mattos, que liderou a equipe que participou do processo de criação do software, no Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI), explica que as muitas informações municipais produzidas pelo IBGE estavam em forma de tabela e, no final da década de 1990, houve um aumento da procura por informações que pudessem ser visualizadas em mapas, ou seja, que fossem georreferenciadas.

Álvaro Vasconcellos

ma ferramenta que pudesse atender à crescente procura por informações estatísticas e geográficas sobre os municípios de modo georreferenciado e que tivesse uma interface amigável e de fácil uso. Assim nasceu, em 1998, a Base de Informações Municipais (BIM), que deu origem ao Estatísticas Cartográficas (Estatcart). Naquele momento, quando criou a BIM, o IBGE, ao mesmo tempo em que buscava atender a uma demanda do usuário, também recuperava uma importante tradição da casa: a divulgação de sínteses municipais, tal como a Enciclopédia Brasileira dos Municípios.

A BIM era um sistema de informações geográficas integrado a uma base de informações, em nível municipal, georreferenciada espacialmente. A boa aceitação da ferramenta incentivou seu aperfeiçoamento e foram introduzidas inovações. Uma das mais significativas foi o desmembramento do software das bases de dados, criando, deste modo, a possibilidade de a ferramenta aceitar bases de dados de qualquer nível geográfico. O “nascimento” do Estatcart está ligado a esse processo. Mario Mattos comenta que, em 2003, verificou-se a importância de se identificar de um modo mais adequado, no site do IBGE, as bases de informações e, assim, como uma resposta a essa necessidade, foi adotado o nome Base Estatcart de Informações Municipais. Daí o ano de 2003 ficar identificado com o surgimento do aplicativo. Ao longo do tempo, o Estatcart foi agregando novas funcionalidades e, atualmente, está na sua versão 4.0, que tem como principal novidade a possibilidade de visualização dos mapas dos setores censitários através do Google Earth.

Parte da equipe do Estatcart. Da esq. para a dir., Jairo Cidade Mezzavilla, Paulo Cesar Rangel da Rocha e Mario Henrique Monteiro de Mattos. Fazem parte da equipe, também, Renata Lindgren Costa e Armando Guilherme da Piedade Gomes (em licença). No alto, reprodução de uma tela do Estatcart.

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Nossa história

Fotos: Acervo da Memória Institucional do IBGE

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Agência Municipal de Estatística, nos anos 50, em Nova Granada/SP.

Agências

Municipais:

o IBGE mais perto do Brasil

O

Marco Santos

Brasil do início dos anos 1950 procurava acompanhar os tempos de progresso que o pós-guerra trazia. As novidades tecnológicas Made in USA desembarcavam pelos portos e aeroportos, conquistando corações e mentes dos grandes centros urbanos. Os velhos fantasmas do conflito mundial ficavam para trás, sendo substituídos por novas assombrações que pairavam sobre o mundo ocidental. Nos EUA, o senador McCarthy identificava no comunismo o novo inimigo a ser exorcizado. Mas na terra do “coqueiro que dá coco”, do “mulato inzoneiro”, festejava-se o retorno de Vargas ao poder. Era tempo de “botar o retrato do Velho outra vez, no mesmo lugar”, como dizia a marchinha de Marino Pinto e Haroldo Lobo, gravada por Francisco Alves, em 1950. O IBGE, desde 1948, já não tinha à frente da Secretaria-Geral o seu fundador e criador. Devido a razões de saúde, Teixeira de Freitas passou o bastão para seu discípulo, Rafael Xavier. Mas nas recém-criadas agências municipais, era tempo de “botar o retrato do Velho” em lugar de honra. Várias cidades honravam Teixeira, entronizando um quadro com sua imagem, homenageando o mentor intelectual da rede de Inspetorias Gerais e Agências Municipais, a face ibgeana mais em contato

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com a população brasileira. Teixeira via a rede de Agências não só com suas finalidades estatísticas. Era sua intenção transformá-las em órgãos estimuladores do desenvolvimento cultural e de melhoria de vida em todos os rincões nacionais. O notável Arthur Ferreira da Silva, por muitos anos inspetor regional do IBGE, gostava de contar uma história que expressa os ideais de Teixeira para as agências, ideais estes esclarecidos inclusive em uma de suas famosas teses. O fundador do IBGE estimulava as inspetorias a criarem pequenas bibliotecas populares nas agências municipais, para maior difusão cultural. Arthur seguiu as determinações do secretário-geral e comprou estantes e livros para as diversas representações do IBGE nas cidades da Bahia. Certa vez, em uma delas, no fim da tarde, um lavrador retornava do trabalho no campo. Ele avistou uma agência do IBGE e entrou. Foi direto para a biblioteca, olhar os livros. Pediu um deles emprestado ao chefe da agência, que prontamente concordou. Era um livro que ensinava o Esperanto. O lavrador levou o livro para sua residência, leu, estudou com afinco, até dominar o idioma criado por Zamenhof para promover a comunicação entre os povos. Devolveu o livro e soube-se, posteriormente, que ele em poucos anos, tornou-se uma das maiores autoridades em Esperanto no Brasil. Ainda na Bahia, na cidade de Alagoinhas, o então chefe da agência do IBGE criou um museu modesto exibindo exemplares da flora e da fauna, incluindo um bico de peixe-espada. O rústico museu era constantemente visitado por estudantes locais e de outras cidades próximas, conforme foi relatado por Manoel Antônio Soares da Cunha, uma outra

Arthur Ferreira da Silva, inspetor-geral na Bahia, nos anos 1950.

legenda ibgeana. Aliás, Manoel conta também que o futuro ministro da Fazenda (entre 1988 e 1990) Maílson da Nóbrega pediu ao chefe da agência ibgeana de sua cidade, Cruz do Espírito Santo, na Paraíba, que deixasse treinar datilografia nas máquinas de escrever. Ele pretendia prestar concurso para o Banco do Brasil e, graças aos treinos na agência, conseguiu ser aprovado e reconhece essa grande oportunidade que o IBGE lhe ofereceu. Depois da criação das agências, o agente municipal do IBGE em pouco tempo tornou-se uma das autoridades nas cidades. Nas festas cívicas, ele era convidado para os palanques, ao lado do prefeito, do juiz, do delegado e do padre. Houve chefes de agência que se tornaram prefeitos, secretários municipais, professores. Para a realização do Censo de 1950, a rede de agências teria papel fundamental. Até para convencer as pessoas simples a darem informações para o recenseador. Houve época em que, especialmente nos rincões do Nordeste, o recenseador era confundido com agente do comunismo, seguidor do diabo e até como “papa-figo” (como os homens simples diziam “papa-fígado”), conforme conta Jayme de Figueiredo em seu livro “Coisas que acontecem num recenseamento”. Certa vez, segundo Jayme, em Afonso Pena, na Bahia, um recenseador foi preencher o questionário no domicílio de uma velha senhora e na primeira pergunta que fez obteve como resposta: “Óia, moço. É bão pará cum essas pergunta. Eu não me meto na sua vida e nem na do Gunverno, mas tamém não deixo ninguém se metê na minha. É mió pará, que eu não gosto de gente abeiúda”.

Agência de Itapicuru/BA, nos anos 1950, com foto de Teixeira de Freitas na parede.

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Fotolegenda

Frente a Frente

No Amazonas, como em todo o país, a PNAD Contínua está em campo. E deste trabalho dos técnicos do IBGE vai surgir um retrato do Brasil que mostrará as muitas faces da nossa realidade com muito mais qualidade e precisão.

Texto Mario Grabois | Foto Adjalma Nogueira Jaques

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O Brasil indígena

Infográfico Marcos Balster

A publicação Características gerais dos indígenas: resultados do universo apresenta dados do Censo Demográfico 2010 a respeito da população indígena do Brasil, incluindo informações sobre pertencimento étnico, língua indígena falada, localização geográfica e características sociodemográficas. Dentre os 190.755.799 habitantes do Brasil em 2010, 896.917 indígenas foram contados

Indígenas do Brasil 896.917 indivíduos 324.834 (36,2%) nas cidades 572.083 (63,8%) no campo 517.383 (57,7%) em terras indígenas

Não indígenas

305 etnias As 10 Etnias com o maior número de indivíduos: Tikúna Guarani Kaiowá Kaingang Makuxí Terena Tenetehara Yanomámi Potiguara Xavante Pataxó

indígenas o que correspondia a 0,5% da população brasileira

274 línguas indígenas

Crescimento no número de habitantes que se declararam indígenas, a partir do Censo 1991

Dos indígenas de 5 anos ou mais de idade:

37,4% 817.963

734.127

46.045 43.405 37.470 28.912 28.845 24.428 21.982 20.554 19.259 13.588

falavam língua indígena 100%

0

17,5% não falavam português

+11,4%

0

100%

+149,6% 294.131

0

O Censo Demográfico 2010 foi o primeiro a investigar o pertencimento étnico. Neste, além das 817.963 pessoas que declararam-se indígenas, também foram contabilizadas como indígenas as 78.954 pessoas que, mesmo não se declarando indígenas, consideravam-se como tal, totalizando os 896.917 indígenas verificados na pesquisa.

1991

2000

2010

Fonte: Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. Disponível em: . Acesso em: jun. 2013.

Para saber mais, acesse: www.indigenas.ibge.gov.br