Metalworking World 2/2014

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a revista de negócios e tecnologia da sandvik coromant. 10 anos .... do prelude flnG. o navio, que está .... Honda, toyota, chrysler, Ge- ..... vídeos no youtube são fundamentais para inspirar novos talentos e novos shapes são constante-.
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a revista de negócios e tecnologia da sandvik coromant

inovação:

Ideias sobre rodas

2 segundos Pronto em

O segredo por trás da equipe de Fórmula 1 Red Bull é o trabalho em equipe e a atenção aos detalhes.

Mágica automática Tecnologia Quanto mudou? eua Grande economia - grandes sorrisos Tecnologia Soluções profundas Tecnologia A nova classe é a melhor China Trabalho ininterrupto Tecnologia Transmissão aprimorada holanda

editorial klas forsström presidente da sandvik coromant

Preparados para transição A Austrália passou por uma enorme transfor-

mação industrial nas últimas décadas. Em vez de depender do setor automotivo em declínio, muitas empresas do país agora focam no aeroespacial. Embora este segmento ainda seja relativamente pequeno na Austrália, comparado ao automotivo, ele abrange cerca de 800 empresas e 14 mil colaboradores, e seu crescente volume anual de negócios já passa de quatro bilhões de dólares. Eu quis ver essa transição de perto. Por isso, durante uma recente viagem para a Austrália, visitei vários de nossos clientes do setor aeroespacial. Alguns perceberam o início dessa mudança e começaram a se preparar ainda na década de 1980, outros estão se preparando agora. Um dos nossos clientes é responsável pela fabricação dos segmentos das asas de todos os aviões Boeing Dreamliner produzidos globalmente. Isso mais uma vez confirmou o quão global muitos dos nossos clientes são ou têm que se preparar para ser. A indústria aeroespacial australiana está geograficamente bem posicionada para suprir a região Ásia-Pacífico, que deve se tornar o centro do crescimento da aviação mundial. A grande transição industrial que testemunhei na Austrália confirma a minha crença na importância de ser capaz de se adaptar e obedecer a novas situações e desafios. Isto também vale para a Sandvik Coromant. Como o setor aeroespacial tem cada vez mais se voltado para materiais compósitos para uso em aviões, nós tivemos que criar novas ferramentas e métodos – por exemplo a furação orbital, para trabalhar com esses materiais complexos. Tivemos que usar nosso conhecimento adquirido de outros setores da indústria para apoiar a inovação da indústria aeroespacial. A transição do setor automotivo para o aeroespacial na Austrália é impressionante, em

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especial a coragem e determinação que as empresas demonstraram na mudança. Estamos propensos a ver esta necessidade de adaptação em outras áreas futuramente. Que inovações o uso de materiais mais leves e a elevação dos preços dos combustíveis vai gerar? E como as normas ambientais e a necessidade de combustível limpo afetarão a indústria automotiva e sua infraestrutura? Quer se trate de pequenos detalhes ou do cenário global – uma nova técnica para furação ou regulamentações mais rígidas – podemos ter certeza de que mudanças ocorrerão. A questão é: você está preparado para a transição? Boa leitura!

klas forsström Presidente da Sandvik Coromant

Metalworking World é uma revista de negócios e tecnologia da AB Sandvik Coromant, 811 81 Sandviken, Suécia. Tel: +46 (26) 26 60 00. Metalworking World é publicada três vezes por ano em inglês americano e britânico, alemão, chinês, coreano, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, italiano, japonês, polonês, português, russo, sueco, tailandês e tcheco. A revista é gratuita para clientes da Sandvik Coromant no mundo inteiro. Uma publicação da Spoon Publishing, Estocolmo, Suécia. ISSN 1652-5825. Editora-chefe e responsável legal na Suécia: Björn Rodzandt. Editor-executivo: Mats Söderström. Gerente de contas: Christina Hoffmann. Editor: Henrik Emilsson. Direção de arte: Niklas Thulin. Editor técnico: Börje Ahnlén. Subeditora: Valerie Mindel. Coordena-ção: Lianne Mills. Coordenação de idiomas: Sergio Tenconi. Diagramação das versões: Louise Holpp.Pré-impres-são: Markus Dahlstedt. Foto de capa: Mark Thompson. Artigos não solicitados serão recusados. O conteúdo desta publicação só poderá ser reproduzido com autorização do gerente editorial da Metalworking World. Matérias e opiniões expressas na Metalworking World não necessariamente refletem os pontos de vista da Sandvik Coromant ou da editora. Correspondências e pedidos de informação sobre a revista são bem-vindos. Contato: Metalworking World, Spoon Publishing AB, rosenlundsgatan 40, 118 53 Estocolmo, Suécia. Tel: +46 (8) 442 96 20. E-mail: [email protected]. Informações sobre distribuição: [email protected]. Tel:+46 (26) 26 62 63. Impresso na Suécia, gráfica Sandvikens Tryckeri. Impresso em papéis MultiArt Matt 115g e MultiArt Gloss 200g, da Papyrus AB, com certificação ISO 14001e registro junto ao Sistema Comunitário Europeu de Ecogestão e Auditoria (EMAS). Coromant Capto, CoroMill, CoroCut, CoroPlex, CoroTurn, CoroThread, CoroDrill, CoroBore, CoroGrip, AutoTAS, GC, Inveio, Silent Tools e iLock são todas marcas registradas da Sandvik Coromant.

Receba sua cópia gratuita da revista. Envie seu e-mail para [email protected]. A Metalworking World tem caráter informativo. As informações veiculadas na revista são de natureza genérica e não devem ser entendidas como recomendações ou utilizadas como base para tomadas de decisão em casos específicos. Qualquer uso dessas informações é de total responsabilidade do usuário. A Sandvik Coromant não se responsabiliza por qualquer dano direto, acidental, consequencial ou indireto resultante do uso das informações disponibilizadas pela Metalworking World.

conteúdo metalworking world #2 2011

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Holanda: O Coromant Capto tornou possível a produção 24 horas sem operadores

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A patented new technique puts Voith Turbo on the map.

22 EUA: A nova pastilha GC4325 levou a Infinity Machine Work ao topo

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China: Impulso na produção de virabrequins em Changan

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Perfil:

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Jogo Rápido:

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Com o vento a favor:

Sua própria companhia aérea Notícias do mundo Soluções sustentáveis de transporte marítimo

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Perfil:

Emily Cummins e seu refrigerador

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Inspiração:

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Nota Final:

O segredo do sucesso da Red Bull na Fórmula 1 é o trabalho em equipe Celebrando a melhor revista de usinagem do mundo

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Inovação: Skates, um trabalho corporativo repleto de inovação - e Tony Hawk.

Tecnologia Transmissão em transição

Mudou muito?

Criando superfície de pastilhas únicas

Ferramentas para ambientes difíceis

Os ciclos de vida cada vez menores dos veículos e, consequentemente, das peças de transmissão, criam a demanda por tempos de fabricação mais rápidos e menores custos de produção.

À primeira vista pode parecer que a tecnologia para ferramentas de usinagem e fixação na área de ferramentas rotativas estagnou, mas a área passou por grandes mudanças.

O avanço na ciência dos materiais de ferramentas resultou na tecnologia de cobertura Inveio, uma exclusiva pastilha para torneamento de aço que otimiza a grande área de aplicação ISO P25.

Atendendo a demanda por peças grandes e complexas da indústria de petróleo e gás.

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jogo rápido textO: Henrik emilson

Foto: Lee Howell

Aprendendo a voar Como muitas invenções, essa começou na garagem. Dessa vez com Gleen Martin, em Christchurch, Nova Zelândia. Essa invenção foi uma resposta a um jetpack (propulsor a jato individual) com tempo de voo limitado a um minuto. Em 1981, Martin percebeu que poderia fazer muito melhor. Em 2005, depois de uma série de tentativas, retornos aos rascunhos e buscas por patrocinadores, seu jetpack decolou, com sua mulher Vanessa como piloto de teste. Hoje, o Martin Jetpack se transformou em uma impressionante realidade. A estrutura foi desenvolvida usando as mais modernas

tecnologias e materiais compósitos. Cada componente e montagem foi concebido para ser leve, robusto e rígido, com o intuito de atender às exigências do propulsor a jato de 180 kg. O sistema de voo pessoal tem alcance de 30 km e pode carregar até 100 kg, com uma altura recomendada de pouco mais de 150 metros. A empresa de Martin, a Martin Air Company, pretende lançar o primeiro modelo em meados de 2014. O First Responder Jetpack será direcionado aos serviços de combate a incêndios, resgates, segurança de fronteiras, salva-vidas e outras atividades de emergência destinadas a salvar vidas. n

quer dar uma voltinha?

O jetpack vem com sistema de paraquedas de abertura rápida.

assista ao jetpack em ação no ipad

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Jogo Rápido

mini trio race automotivo – Se você está planejando dirigir entre Turim e Trento, na Itália, no fim de outubro, tenha muita atenção na estrada. Essa é a rota do rally Italian Job, o que significa que muitos carros Mini cruzarão esse pitoresco trecho. Italian Job (Um golpe à italiana) é nome do clássico filme de roubo de 1969, com Michael Caine, no qual os pequenos veículos são usados para saquear um carregamento de ouro criando um engarrafamento nas ruas de Turim (na versão americana do filme, de 2003, traduzida como “Uma Saída de Mestre”, os Mini têm papel vital, porém em outra cena de roubo). Em 1990, o rally foi criado para diversão, como um “feriado de aventura sobre quatro rodas” e para arrecadar dinheiro para instituições assistenciais infantis. A corrida é aberta para qualquer pessoa maior de 21 anos que dirija um Mini ou outro carro que apareça no filme de 1969 – o Jaguar E-Type, o Aston Martin DB4 ou o Fiat Dino Coupe. O Manufacturing Technology Centre de Coventry, Inglaterra, tem três grupos de estudantes participando da corrida como parte de um projeto estudantil. Durante o ano, eles vão comprar, construir e consertar seus carros para competir no rally. A Sandvik Coromant está patrocinando o trio de carros, apropriadamente chamados de Mike, Tango e Charlie (MTC!). Acompanhe mais notícias do trio Mini e da corrida na Metalworking World. n

O parafuso vem com um software para análise das informações recolhidas

Torres Petronas - com seus meros 451,9 metros

o número:

488

Comprimento, em metros, do casco do Prelude FLNG. O navio, que está sendo montado no estaleiro Samsung Heavy Industries, em Geoje, na Coreia do Sul, será o maior navio flutuante já construído. Ele será a primeira plataforma flutuante do mundo para condensação de gás natural e é destinado a um campo de gás na costa da Austrália.

você sabia?

Ventos africanos

A volta do parafuso automação – Problema antigo de engenharia: como medir com precisão as forças que atuam entre dois componentes dentro de uma máquina? Solução: um parafuso com sensor integrado, dizem pesquisadores do Technische Universität Darmstadt, na Alemanha. Anexar sensores pode ser um processo complicado. Compostos adesivos dissolvem-se facilmente em ambientes rigorosos e sensores monta-

dos externamente colhem informações de fora da máquina. O parafuso sensor deve ser posicionado exatamente onde as leituras precisam ser feitas, para aumentar a precisão. Ele também pode ser parafusado no componente para leituras ao longo da cadeia de produção, em vez de apenas no estágio final. O produto, ainda em desenvolvimento, é chamado de ConSenses e deve ser colocado à venda em breve. n

Nova energia – O Parque Eólico Ashegoda, na Etiópia, foi aberto recentemente com 84 torres, se tornando a maior estrutura desse tipo na África. Ele faz parte de um ambicioso plano de diversificação das fontes de energia do país e de redução dos apagões, bem como de exportação de energia para sete países vizinhos.

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jogo rápido

Capas duras

Compósitos – A americana Exovaul observou como os smartphones se tornaram parte integrante de nossas vidas e como os usuários estão demandando telefones cada vez mais personalizados. Capas feitas a mão, com materiais compósitos, como combinações de madeira pau-ferro, bronze banhado a ouro, titânio e compostos de fibra de resina fenólica, dão às capas o visual único que muitos desejam. “Em nossa arte, trabalhamos com ferramentas e equipamentos antigos – itens de carros e de armações de vestidos”, diz a designer Amelia Biewald. “Usinar é algo muito confortável para nós. Ao usar tonalidades de jacarandá em várias peças evocamos bronze antigo e ferramentas manuais. E claro, o iPhone é apenas uma ferramenta manual do século XXI usada para termos outras coisas prontas.” n

Mats Söderström

editor-chefe da Metalworking World. P: Em 2014, a Metalworking World comemora dez anos em seu projeto atual. Qual é o segredo por trás dessa publicação de sucesso?

Eu acho que a mistura de informações técnicas e de tendências globais são os atrativos para os nossos leitores. Nós sabemos que os artigos técnicos são particularmente populares e que os de inovação oferecem uma visão interessante sobre o mundo da pesquisa e desenvolvimento. Pessoalmente, também gosto do layout atrativo, que é simples e fácil de curtir, com fotos de alta qualidade. Frequentemente as fotos contam grande parte das histórias.

assista ao filme sobre a Exovault no iPad .

A hidrogênio Automotivo – Depois de mais de uma década de desenvolvimento, o Hyundai ix35 Fuel Cell foi lançado no mercado mundial. Em 2013, o carro movido a hidrogênio foi introduzido em pequena escala na Europa. A prefeitura de Copenhague, por exemplo, adquiriu 15 SUVs H2 com o objetivo de cumprir sua meta de carbono neutro. A capital di-

diga oi para…

P: A revista também está disponível como aplicativo para iPad, que já foi premiado. Por que Ipad? Podemos esperar novas plataformas de leitura no futuro?

namarquesa também abriu o primeiro posto de abastecimento de hidrogênio do país, construído em apenas 48 horas. Os carros a hidrogênio rodam aproximadamente 595 km e levam quase três minutos para abastecer. Honda, Toyota, Chrysler, General Motors e Ford também planejam lançar carros assim até 2016. n

A única emissão é de vapor de água

Como empresa, nos esforçamos para estar onde os consumidores desejam e isso também se aplica à Metalworking World. Nossa ambição é que seja possível lê-la onde e quando quisermos. É por isso que constantemente buscamos novas formas de alcance. Com versões digitais temos a oportunidade de ofertar ao leitor conteúdos extras como filmes, animações e recursos interativos. P: Como você acha que serão os próximos dez anos?

O meio digital irá, com certeza, ter um papel ainda maior no futuro da revista. Integrar o conteúdo com tudo o que é oferecido online fará a experiência do leitor se tornar mais valiosa. Filmes e mídia interativa também terão papéis mais importantes para contar histórias. De uma coisa tenho certeza: os próximos dez anos serão muito emocionantes para a manufatura. Nosso intuito é continuar contando as coisas mais interessantes da indústria metalmecânica. -------------------------------------Já conhece o aplicativo da Metalworking World?

Assim como a revista, é gratuito. Confira a seção Download em www.sandvik.coromant.com

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jogo rápido texto: HENRIK EMILSON

ILUSTRAção: Niklas thulin

Transporte moderno – Com o crescente aumento do preço do petróleo e da necessidade de reduzir emissões, o transporte marítimo sustentável depende do uso de energia renovável. Mas as empresas não precisam ir muito longe para encontrar soluções. Além das tradicionais embarcações a vela, existem muitas técnicas para usar o vento em favor dos navios. Uma é a utilização de grandes pipas (kites) que voam a altitudes de 200 metros. Elas geram 25 vezes mais energia por metro quadrado do que as velas convencionais e o consumo de combustível é reduzido em 20%. Outra forma é usar o próprio navio como vela. Essa é a inovação da companhia norueguesa Vindskip. Seu casco tem a forma de um aerofólio gigante que aproveita uma força semelhante à sustentação aerodinâmica que puxa o navio. Nas melhores condições, pode economizar mais de 60% no consumo de combustível e reduzir em 80% as emissões. Enquanto a energia solar pode ser usada em barcos menores, a quantidade de combustível economizado em grandes navios por meio dos painéis solares tem sido relativamente pequena. Com a combinação de vento e sol nas “velas solares”, os painéis podem funcionar como velas rígidas, dando uma contribuição poderosa para a propulsão do navio. O E/S Orcelle (as siglas E/S, em português, significam “navio ambientalmente correto”) faz uso máximo das fontes alternativas de energia combinando células de combustível e as energias eólica, solar e das ondas. Agora, por que nunca ninguém pensou em usar as ondas antes? O oceano está literalmente cheio delas. n

vinskip.

O casco funciona como uma vela.

200 m potência máxima.

Pipas (ou kites) são três vezes mais eficientes do que as velas fixas. A força do vento aumenta com a altitude.

150 m

100 m

50 m

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jogo rápido texto: Henrik emilson

foto: emily cummins Filosofia de design.

Invenção refrescante quando tinha quatro anos, ela ganhou um martelo do avô, que a ensinou a fazer brinquedos dos restos de materiais que encontrava no porão. Agora, 23 anos depois, a inovadora inglesa Emily Cummins foca seus esforços em projetos sustentáveis que mudam vidas. Ela estudou as propriedades de diferentes materiais e experimentou uma gama de ferramentas. Sua última inovação é um refrigerador sustentável abastecido com água suja, mas que mantém medicamentos e pequenos itens comestíveis limpos, secos e frescos. O protótipo consiste em dois cilindros metálicos, um dentro do outro e, entre eles, um material de origem local, como areia ou lã, bem compactado antes de ser embebido em água. Quando o refrigerador é colocado em um ambiente quente, a energia solar provoca um “suor” na parte externa da estrutura e o aquecimento é transferido para longe da parte interna do cilindro, que se torna gelada. Diferente de outros refrigeradores desse tipo, o conteúdo se mantém seco e higiênico, já que a água fica separada do produto. “Elaborei meu refrigerador durante um ano na Namíbia e decidi doar o projeto para municípios do sul da África porque queria permitir que o maior número possível de pessoas pudesse construir os seus próprios refrigeradores”, diz Cummins. n

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O projeto de Emily Cummins faz um retorno ao básico com um olhar no futuro.

textO: Alexandra Leyton  Foto: James Wasserman

Trabalhando 25/7 Chongqing, China. A

montadora de carros chinesa Changan, que tem crescido rapidamente, expande sua capacidade com a Sandvik Coromant como principal fornecedor de ferramentas.

[1] O motor é o “coração” do carro – e o virabrequim afeta diretamente a eficiência e performance do veículo [2] O controle de qualidade do virabrequim é de extrema importância

[1] a Changan Automobile

tem cerca de 60 mil colaboradores e uma capacidade anual de 2,3 milhões de veículos e motores. A sede da empresa fica em Chongqing, na China. Ela tem um amplo conjunto de unidades, incluindo oito grandes fábricas em Chongqing, Pequim, Jiangsu, Hebei, Anhui, Zhejiang, Guangdong e Jiangxi, além de três unidades em outros países e 27 fábricas de veículos. A Changan também tem joint ventures com a Suzuki, Ford, Mazda e PSA (Peugeot Citroën). Seus principais produtos incluem carros de passeio de todas as categorias, utilitários, caminhões leves, minivans, ônibus de tamanho médio e os motores.

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[2]

[3]

[3] Para expandir a produção, desde 2011 a Changan trabalha próxima a empresas parceiras, como MAG e Sandvik Coromant

nnn A Changan Automobile é uma das montadoras de automóveis que mais cresce na China. O modelo CS35 da empresa, lançado em 2012, é um SUV popular no país e o hatch Changan Eado XT, introduzido em 2013, vem conquistando grande fatia do mercado. Para expandir sua capacidade de produção e lidar com os desafios que as montadoras enfrentam atualmente, a Changan Automobile trabalha com a MAG, fabricante global de máquinas-ferramentas, em parceria com a Sandvik Coromant. “Como todos sabem, o motor é o coração do carro”, afirma Zhou Jingxi, diretor do Departamento de Projeto de Fabricação da fábrica de motores Jiangbei da Changan Automobile. “Para criar uma imagem de primeira classe para a Changan Automobile, precisamos investir na construção de virabrequins tipo H-series e EA-series. A exigência atual na indústria automotiva é que a linha de produção e a construção precisam atender aos padrões internacionais.” “O virabrequim afeta diretamente a eficiência e performance do motor do veículo”, continua. “Os processos e equipamentos de usinagem e o controle de qualidade devem apresentar o desempenho exigido para cada virabrequim produzido. Esse componente do veículo sempre esteve intimamente ligado ao desenvolvimento do automóvel e cria desafios significativos no processo de produção.” Zhou considera a MAG um dos principais fabricantes de máquinas-ferramentas: “Nós escolhemos a MAG pela sua execução eficiente, serviço de pós-vendas e experiências prévias de sucesso no processo de produção”, explica. quando o projeto começou, em maio de 2011, a MAG

entrou em contato com o Centro de Competência da Sandvik Coromant na cidade de Düsseldorf, Alemanha, para obter apoio na adequação das quatro novas linhas de produção de virabrequim, tornando a Sandvik Coromant a principal fornecedora de ferramentas. “A razão pela qual concordamos em trabalhar com a Sandvik Coromant foi o seu incessante investimento de longo prazo em novas tecnologias. A empresa conquistou o mercado e o reconhecimento de seus clientes graças à sua forte reputação global. É parte da visão da Changan trabalhar com as melhores empresas, e a Sandvik Coromant e á líder mundial no fornecimento de ferramen-

[1] Stephen Zhou, engenheiro sênior de Melhoria da Produtividade da Sandvik Coromant, com Pu Shi, da Changan Automobile

[3] A Changan tem uma estratégia de três passos para atingir seus objetivos nos próximos seis anos

[2] A missão da Changan é “liderar o setor automotivo e beneficiar a vida humana”

tas, fabricação e soluções de ferramentas. Para nós, foi uma decisão de ganho mútuo”, destaca Pu Shi, diretor do Departamento Técnico da fábrica de motores Jiangbei da Changan. ele ressalta que a Sandvik Coromant oferece um

conjunto único de produtos, tecnologia e soluções. Também cumpre os rígidos procedimentos de controle de qualidade e entrega no prazo. “Eles são totalmente comprometidos com o cliente. Encontrei as seguintes palavras no site deles: E se você tivesse um dia de 25 horas? A ideia é criar valor por meio de um serviço superior e liderança no setor de usinagem e pelo fornecimento de ideias inovadoras que realmente economizam horas extras para os clientes. Combinadas com os dizeres da nossa própria missão, ‘liderar o setor automotivo e beneficiar a vida humana’, acreditamos que compartilhamos os mesmos valores e visão”, adiciona Pu. De acordo com Tu Ling, chefe do Departamento de Planejamento de Logística de Fabricação, mesmo se o cronograma for apertado, o investimento da Sandvik Coromant em Pesquisa e Desenvolvimento, que é o dobro da quantidade média da indústria, leva a um resultado favorável e alta eficiência. “Esperamos que a empresa continue a evoluir”, comenta Tu. “A Sandvik Coromant sempre coloca seus clientes em primeiro lugar. O apoio que recebemos na fábrica nos permite identificar problemas rapidamente, analisar a situação e desenvolver uma solução. Essa habilidade reflete na alta qualidade do produto, juntamente com um eficiente serviço de pós-vendas.”

[1] [2]

[3]

em 2013, a Changan Automobile fabricou mais de 2,12 milhões de carros de passeio. A produção e venda de unidades com a marca da empresa alcançou 380 mil, e ela obteve 66% de crescimento no ano, o maior do país. “Isso deu ao setor automotivo do país um impulso vital no cenário global”, afirma Du Zijian, vice-diretor da Planta de Motores Changan Jiangbei. “As pessoas enxergam o futuro nos carros chineses e a indústria começa a olhar para a China. O rápido crescimento da Changan é resultado de parcerias com grandes empresas, como a Sandvik Coromant.” “No início, há dez anos, a parceria entre Changan e a

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[1]

“Juntos, enfrentamos muitos desafios, como melhorar a eficiência, reduzir custos na linha de produção e melhorar os veículos.”

[2] [3]

[1] Um provérbio chinês diz: “É difícil encontrar um amigo que lhe conheça bem”, mas uma vez que o acha, o sucesso estará próximo [2] Ano passado, a Changan fabricou 2,1 milhões de carros de passeio

[3] A meta da Changan para 2020 é triplicar a capacidade atual [4] A Sandvik Coromant oferece uma gama completa de treinamentos de ferramentas para usinagem, ajudando a Changan a se desenvolver e se preparar para os desafios do mercado [4]

Zhou Jingxi, diretor do Departamento de Projeto de Fabricação na fábrica de motores Jiangbei da Chongqing Changan Automobile

Sandvik Coromant visava suporte para as bielas, efetivamente a usinagem dos cabeçotes e ferramentas para usinagem dos virabrequins”, conta Du. “Nossas empresas agora desenvolveram uma parceria que apresenta soluções totais para a indústria automotiva. A eficiência na produção e garantia de qualidade que essa parceria traz nasceu de muitos anos de respeito mútuo e profundo entendimento dos negócios de cada um. Basicamente, confiamos uns nos outros.” a CHANGAN Automobile estabeleceu como meta triplicar sua atual capacidade até 2020. A meta inclui atualização de competências, qualidade e marca, e a empresa conta com um suporte técnico ainda mais forte da Sandvik Coromant para ajudá-los a alcançar seus objetivos. A montadora continua a inovar sua parceria com a Sandvik Coromant na jornada para criar uma fabricação automotiva de primeira classe. “Juntos, enfrentamos muitos desafios, como melhorar a eficiência, reduzir custos na linha de produção e melhorar os veículos”, afirma Zhou. “A Sandvik Coromant vai ajudar a Changan Automobile a construir uma marca de classe mundial”, ressalta. “Cooperação é o caminho para o futuro. Um amigo do peito (como a Sandvik Coromant) é difícil de encontrar.”n

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visão técnica

As quatro novas linhas foram projetadas para produzir 200 mil virabrequins

A CHONGQING CHANGAN AUTOMOBILE solicitou quatro novas linhas de produção de virabre-

quins, com um total de 76 máquinas, incluindo o fornecimento de ferramentas para produção de 200 mil unidades na fase inicial de construção da linha de produção. A Sandvik Coromant foi o único fornecedor e responsável por todas as soluções de ferramentas e engenharia. É um grande projeto que conta com o apoio da unidade da Sandvik Coromant na China e de outras unidades ao redor do mundo. Os enormes desafios do projeto incluem a grande variedade de diferentes métodos e operações de fabricação e um cronograma apertado. Além das aplicações gerais, como turn-turnbroaching de pontas de flange, espigas e munhões, o cliente também precisava de ferramentas especiais, além da realização de fresamento externo de moentes, de operações específicas de rosqueamento com macho e de furação profunda. O prazo desse projeto também era muito apertado, tendo apenas sete semanas entre o pedido e a primeira entrega.

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Tecnologia texto: turkka kulmala

imagem: borgs

a indústria automotiva enfrenta enormes desafios. Preocupações ambientais e aumento do preço dos combustíveis demandam veículos menores, mais leves, mais verdes e econômicos. A diminuição do ciclo de vida dos modelos, junto com eles as peças de transmissão, demandam tempos de fabricação mais rápidos e custos de produção menores.

Transmissão em transição

peças de Transmissão são produtos de alto volume que, acima de tudo, precisam ser feitos com baixo custo unitário. Mas existem outros requisitos, como um processo altamente seguro, tempo de ciclo curto e qualidade consistente, que são fundamentais no alcance do tempo de fabricação mais rápido e custos de produção menores. Liga de aço endurecido por cementação é a matéria-prima tradicionalmente usada para essas peças. O aço é geralmente tratado termicamente para ter uma camada superficial dura sobre um núcleo resistente. Alternativas futuras incluem pó metalúrgico e classes de aço baixo-carbono endurecidos por indução. A Sandvik Coromant ajuda a indústria a entregar peças de alta qualidade, assim como a reduzir o custo total de produção e o tempo de manufatura. n

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CoroTurn TR A precisa e segura superfície de fixação iLock com trilho em T dos suportes CoroTurn TR proporciona o máximo de precisão e repetibilidade para pastilhas positivas. Também previnem movimentos das pastilhas para garantir tolerâncias estreitas. Tanto classes de metal duro quanto de CBN estão disponíveis para operações de perfilamento em estados sem tratamento e endurecido.

Coromant Capto e RC Boa estabilidade, fundamental para qualquer operação de torneamento produtiva, é crucial para peças de transmissão complexas, delgadas e sensíveis a vibração. O suporte modular Coromant Capto e o sistema de fixação de pastilhas CoroTurn RC para pastilhas negativas proporcionam a estabilidade, repetibilidade e segurança necessárias para evitar vibrações e garantir a qualidade correta da peça.

CoroDrill 460 Uma versátil gama de brocas inteiriças de metal duro e opções Tailor Made (sob medida) oferecem alta produtividade e vida útil consistente, assim como uma excepcional economia para a usinagem de furos para petróleo.

CoroCut As pastilhas tem fixação precisa tipo trilho nas ferramentas CoroCut 1-2, com um rígido e patenteado mecanismo de fixação por mola e pastilhas com pontas de CBN na geometria GE, que oferecem uma solução produtiva e precisa na usinagem de canais de vedação e de canais de selo, particularmente nas pontas de eixos ranhuradas e endurecidas.

Torneamento de peças duras O torneamento de peças duras (HPT) é uma alternativa competitiva para retificação de componentes endurecidos, graças a um processo mais simples, custos menores e tempos de fabricação mais curtos, além de ser mais sustentável devido à eliminação da operação de retificação e do uso da refrigeração que geram resíduos prejudiciais ao meio ambiente. As soluções robustas da Sandvik Coromant para HPT incluem as classes de CBN CB7015 e CB7025 com preparações de arestas otimizadas. Torneamento verde As novas pastilhas de metal duro GC4315 e GC4325, com a tecnologia de cobertura Inveio, permitem dados de corte mais altos sem comprometer a qualidade. Se por um lado o limite de velocidade do fuso evita que sua excelente dureza a quente seja plenamente usada, as maiores taxas de avanço, por sua vez, proporcionam máxima produtividade. Pastilhas wiper ainda continuam a proporcionar o acabamento superficial exigido. Se usar dados de corte mais altos não for necessário ou possível, a expectativa é de uma vida útil muito mais longa da ferramenta.

resumo A usinagem de peças de transmissão automotiva depende de um custo baixo por peça, porém um processo seguro, integridade superficial e controle efetivo de cavacos também são requisitos fundamentais. A Sandvik Coromant proporciona à indústria automotiva novas tecnologias e processos de usinagem e oferece soluções produtivas e econômicas para todo o processo, do torneamento verde ao de peças duras, incluindo as operações de canais.

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texto: Henrik Emilson

não saia do eixo! Inovação. O skate é composto por apenas três partes: rodas, shape

(prancha) e truck (eixos). Mesmo sendo simples, ele é fonte constante de desenvolvimento, em muitos aspectos semelhante à forma como as empresas trabalham suas ideias. A Metalworking World conversou sobre inovação e skates com o grupo de inovação da Sandvik Coromant e com o astro do skate Tony Hawk.

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“Não existem más ideias, já que você pode aprender tanto com o erro quanto com o acerto.” nnn Recentemente, a Sandvik Coromant dos Estados Unidos e da China colaboraram com parceiros em um grande evento para clientes – o Programa Internacional de Desenvolvimento de Competências de Usinagem de 2013. Skates desempenharam um papel vital. A peça principal do evento foi o truck (conjunto de metal que une as rodas à prancha, ou shape), que os clientes tinham que fabricar. Eles eram muito complexos para o grupo, mas o fabricante de trucks Rey Trucks, forneceu a base para o projeto de usinagem e instruções. Além disso, Jason Hout, especialista em aplicações e indústria da Sandvik Coromant, ministrou um seminário sobre as melhores práticas em usinagem, com uma discussão específica sobre os aspectos técnicos da usinagem de alumínio, assim como aulas práticas nas máquinas para proporcionar a melhor experiência de aprendizado ao grupo. Jason foi acompanhado por JoAnn Mitchell, líder de projetos sênior, que realizou um seminário sobre economia de manufatura e análise de processos. De várias formas, o evento para os clientes resume como a Sandvik Coromant trabalha com ideias e promove a inovação. O conhecimento acumulado une-se a novas ideias e técnicas para métodos, produtos e materiais, levando-se em conta questões econômicas. Mas uma ideia não se torna uma inovação até que se espalhe – como produto no mercado ou como conhecimento, assim como os seminários no evento para os sete principais fabricantes da China. Anna Karlsson, engenheira de pesquisa e líder de inovação do grupo de inovação da empresa, descreve o modelo do grupo: “Nós definimos inovação como uma ideia que pode ser testada e implementada para criar valor de mercado”. A ideia original por trás do skate tem semelhanças com a filosofia do

grupo de inovação. Inovação vem de uma ideia que pode ou não funcionar, mas que obriga você a tentar. “Como com os skates”, explica Karlsson. “Foram os surfistas da Califórnia que pensaram, quando não havia ondas: ‘Cara, nós não podemos surfar, mas se colocarmos rodinhas nas nossas pranchas, seremos capazes de surfar nas ruas’.” O grupo de inovação trabalha no mesmo modelo de “ter a ideia e testá-la” e é composto por quatro pessoas, de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e gestão de produtos, cuja tarefa é apoiar indivíduos, departamentos e organizações com formas de trabalhar e métodos que beneficiam a inovação. “Nós trabalhamos em colaboração com nossos clientes, e quando eles precisam de alguma coisa, criamos uma solução inovadora que é útil para eles e que nós podemos levar para o mercado”, conta Stefan

Hedström, gerente de portfólio de produtos. A Sandvik Coromant se adapta às tendências, juntando ideias e feedbacks da equipe de vendas, que está em contato diário com os clientes. Esse estímulo se combina à inteligência e análise da indústria e dos movimentos globais. Às vezes, um mercado precisa se desenvolver rapidamente. “Após o acidente em Fukushima, as empresas japonesas foram orientadas a economizar energia”, lembra Karlsson. “Pediram que desenvolvêssemos soluções de ferramentas que usassem menos energia. Estes sinais das empresas japonesas indicaram novas demandas”. E assim, da necessidade surge a inovação. A inovação pode ser tanto um objeto quanto um novo método. O grupo de inovação e os especialistas da empresa investem um tempo considerável em peças específicas que são importantes para os clientes, para o desenvolvimento dos melhores métodos para sua fabricação. Então, as conclusões e os conhecimentos são compartilhados em eventos como o Programa Internacional de Desenvolvimento de Competências de Usinagem, ou em Centros de Produtividade e cursos de formação. Às vezes, o método em si torna-se um produto, explica Karlsson, citando o InvoMilling. “Em 2009, investimos no fresamento de engrenagens, uma nova área para nós”, diz ela. “Depois de estudar como essa área funcionava, lançamos o InvoMilling, que é um novo método de usinagem junto com o respectivo software de programação. Em vez de apenas fornecer as fresas para engrenagem, também oferecemos o software que permite que o cliente use as ferramentas de forma mais flexível.” o grupo de inovação sempre explora novas ideias. Marianne Sjölund Olsson, diretora de comunicação e líder do grupo de inovação, explica que é importante envolver os membros da equipe e ter uma comunicação aberta e um bom método para tratar as ideias. Ideias e inovações são criadas em toda a organização, ela explica, não apenas dentro de P&D. É importante ter um ambiente aberto e que permita que regras possam ser quebradas. “Não existem más ideias, já que você pode aprender tanto com o erro quanto com o acerto”, diz Olsson. “Temos que ousar investir em ideias que sejam um pouco malucas, aquelas que você não sabe se vão dar em alguma coisa. Também queremos desenvolver ideias que estão fora da nossa atividade principal.” No final do evento para clientes, com duração de uma semana realizado nos EUA e China, os trucks foram montados nos skates e depois devidamente testados. Ninguém se machucou. n

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pista, aprendendo novas manobras, e mantinha minha energia elevada com barrinhas de cereais”, completa. Você se lembra do seu primeiro skate? “Meu primeiro skate foi um azul de fibra de vidro. Foi em 1977, e eu tinha nove anos. Era plano e simples e tinha algo parecido com rodinhas de patins nele”.

Tony Hawk acaba de aterrissar Tony Hawk, um dos maiores astros do skate, fala sobre o desenvolvimento de shapes e o futuro do esporte. texto: Marcus Joons

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Hawk diz que seu estilo inovador não vem apenas do constante

desenvolvimento de novas manobras, mas também da sua capacidade de lidar com adversidades. Ele vê seus contratempos mais como experiências de aprendizado do que como obstáculos. “Por exemplo, quebrar minha bacia foi, sem dúvidas, um aprendizado e tanto, e eu superei. Algo assim me ensina que eu posso perseverar”, diz.

foto: Daniel Månsson

nnn Aos 14 anos, Tony Hawk não chamava muita atenção. Com uma longa franja loira e “pernas de saracura”, o menino do sul da Califórnia se parecia mais com Macaulay Culkin no filme Esqueceram de Mim do que um skatista descolado cheio de fãs. Mas para Hawk, a questão nunca foi ser o mais legal. O que importava era ser o melhor skatista do mundo – saltar mais alto, fazer o maior número de manobras e executar mais giros aéreos em um único salto. De fato, ele foi o primeiro skatista do mundo a conseguir um 900 (duas voltas e meia no ar), no X-Games de 1999. Agora, aos 45, Hawk continua treinando várias horas por dia, é dono de sua própria empresa de skate (Birdhouse), se apresenta com o esporte pelo mundo – relações públicas para sua empresa e tudo que leva o seu nome – e gera mais de 200 milhões de dólares por ano. Hawk diz que seus primeiros anos como skatista não foram assim tão gloriosos. Ele não gostava de seu estilo tecnicamente perfeito. “Costumavam me chamar de robô”, lembra Hawk. “A galera descolada do norte da Califórnia em torno do Christian Hosoi [lenda do skate], sem dúvida alguma, não gostava que eu, que nada me parecia com um astro do rock, faturasse todos os troféus.” Hawk vive hoje em uma mansão nas proximidades de sua cidade natal – San Diego. Nela construiu uma pista de skate perto de sua piscina. Qual foi o segredo para o sucesso? Hawk diz que logo no início parou de se preocupar com seus ídolos. Assim que aprendeu as manobras básicas, ele se concentrou em criar novas - manobras que ainda ninguém havia visto. “Mesmo que meu pai tenha sido chefe da então recém-criada Associação Nacional de Skate, nós nunca conversávamos sobre skate durante o jantar, já que nunca jantávamos juntos. Eu sempre estava na

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E então? Como eles mudaram? “Bom, isso depende se você fala sobre o vert [andar em uma rampa curva que fica vertical no topo, uma prática que começou em piscinas vazias no quintal das casas nos anos 70] ou freestyle. Vert, como era chamado o esporte em piscinas, voltou em forma de rampa nos anos 80, e os skates ficaram largos de novo, com até 23 centímetros de largura. Eles tinham grandes curvaturas, noses (frente) virados para cima, proporcionando muito mais manobras do que nos anos 70 e, assim, os noses elevados foram mantidos nas pranchas. Então, com o vert começando a sumir e a garotada enlouquecendo com o skate de rua, que é o que acontece agora, eles ficaram ainda mais estreitos do que os chamados shapes freestyle do final dos anos 70. Eles mediam entre 19 e 20 centímetros de largura, com nose alto, um grande tail (traseira) e bastante côncavo, variando sua espessura entre 0,95 e 1,06 centímetros.”

Como você acha que serão os skates no futuro?

“É difícil dizer. Eu já experimentei diversos shapes feitos de materiais

diferentes, mais leves, sem encontrar um que fosse melhor do que os que nós usamos hoje. Tem algo na madeira que a torna insubstituível. Eu acho que o esporte já foi muito longe. É só olhar o exemplo de Mitchie Brusco, um garoto de apenas 16 anos, que conseguiu um 1080 (uma volta tripla) no Big Air do X-Games no ano passado.” Como você reagiu ao vê-lo conseguir essa façanha? “Bem, posso te mostrar no YouTube”, conta Hawk. Fomos até seu escritório, onde suas medalhas do X-Games ficam expostas na parede – nove de ouro, três de prata e duas de bronze. Hawk mostra um vídeo onde ele aparece como comentarista da competição. Depois que Brusco fez a manobra, a câmera mostra Hawk, que parece ainda mais feliz do que quando conseguiu seu 900. “Eu fico muito feliz quando vejo a evolução natural do skate. Amo quando novos skatistas não tentam imitar e, ao invés disso, como eu fiz, tentam realizar manobras que ninguém conseguiu antes”. n

a evolução de uma invenção DÉCADA DE 1950 Surfistas colocam rodas de patins em pranchas ou caixas e “surfam” nas ruas.

1978 Alan “Ollie” Gelfland inventa o “ollie”, hoje uma manobra comum, mas que revolucionou o skate.

DÉCADA DE 1980 O skate de rua assume o lugar das pistas e do “vert” (skate na piscina) e, com isso, o shape fica mais largo.

DÉCADA DE 1960 O novo esporte atinge o auge da popularidade, com várias empresas e skatistas, decaindo em 1965.

DÉCADA DE1970 A invenção das rodas de uretano, em 1972, ajuda no ressurgimento do skate, e as pistas tornam-se populares.

1975 Quando os rolamentos foram colocados em cada lado da roda, elas tornaram-se muito mais rápidas e duráveis. Desde a introdução do uretano e dos rolamentos vedados, a construção das rodas permaneceu basicamente a mesma.

Os skates tornam-se “côncavos”, com tail e nose altos, fortalecendo o shape e dando mais controle ao skatista.

1999 Tony Hawk executa o primeiro 900 já documentado, 2,5 voltas no ar, tornando-se uma lenda. Mitchie Brusco supera a façanha em 2013.

DÉCADA DE 1990 As rodas tornam-se menores, ajudando na rotação mais rápida nos flips.

DÉCADA DE 1990 Em 1995, o canal de esportes ESPN realiza o primeiro X Games, popularizando o skate.

ANOS 2000 O skate torna-se popular, e profissionais ganham dinheiro com o esporte. Videogames, músicas e vídeos no Youtube são fundamentais para inspirar novos talentos e novos shapes são constantemente desenvolvidos, a exemplo do protótipo OneWheel.

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tecnologia texto: christer richt

Mudou muito? À primeira vista, pode até parecer que a tecnologia de ferramentas de corte e sistemas de fixação tem permanecido a mesma na área de ferramentas rotativas inteiriças de metal duro. Francis Richt, gerente de negócios, responsável pela gestão de produtos dessas ferramentas, e Jenny Claus, gerente na área de mandris, respondem à pergunta “quanto o setor realmente evoluiu?”

a área de produto e aplicação de ferramentas rotativas inteiriças de metal duro abrange a furação, o rosqueamento com machos e o alargamento de furos com diâmetros menores que 20 milímetros, assim como o fresamento de peças pequenas usando ferramentas inteiriças de metal duro em aplicações com alta velocidade. Essa é uma ampla e promissora área, com demandas próprias de aplicações. Pode até parecer que não, mas aconteceram muitas mudanças na tecnologia de ferramentas de corte e sistemas de fixação.

Quais foram as mudanças nas ferramentas e em que elas melhoraram? Francis Richt: O mais novo desenvolvimen-

to é a broca inteiriça de metal duro CoroDrill 860-PM, sucessora da broca helicoidal, que foca em eficiência de usinagem e redução do custo por furo no atual e exigente cenário da manufatura. A broca tradicional de uso geral não é competitiva o suficiente para otimizar a produção de numerosos furos com limites rigorosos. Para usinagem com foco na flexibilidade e na repetibilidade da qualidade do furo em diversos materiais, temos a CoroDrill 460-XM. Essa broca foi desenvolvida para dar outra perspectiva à utilização da máquina – um jeito diferente de olhar a produtividade – onde o fluxo de produção constante e seguro tem prioridade sobre a velocidade. Hoje, as demandas da manufatura exigem conceitos de última geração, desenvolvidos para otimizar a usinagem de

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furos, quaisquer que sejam as prioridades. Na furação, é imprescindível considerar o material da peça para atingir desempenho máximo. Em aços, o foco em velocidades de corte mais altas, e portanto taxas de penetração maiores, é importante para a redução do custo por furo sem comprometimento da qualidade do mesmo. A capacidade de fazer furos dentro de uma faixa de tolerância estreita, comum a diversos tipos de furos, e de manter a segurança da usinagem durante a vida útil da ferramenta também são essenciais. A broca também deve ser de fácil utilização e capaz de trabalhar em capacidade máxima desde o início, com potencial de otimização, principalmente em máquinas de alta especificação. Melhorias de produtividade na usinagem de furos são, em sua maioria, baseadas em taxas de penetração mais elevadas.  A CoroDrill 860-PM para aços e a CoroDrill 860-MM para aços inoxidáveis pertencem a uma nova geração de brocas inteiriças de metal duro que combina velocidade de corte mais alta com maior segurança no processo. Essas brocas superaram as expectativas no setor. E quanto a geração de roscas no rosqueamento com machos? Como você resume a evolução e as melhorias para o usuário? Francis Richt: O conceito CoroTap

desenvolveu o rosqueamento de todos os tipos de rosca. A evolução dos machos para

roscar tem sido contínua e proporcionado meios para se otimizar essa operação tida como "sensível", dado os machos usinarem as roscas fora do campo visual do operador, por trabalharem internamente, e também pelas exigências em termos de usinagem e qualidade.  Melhorar a segurança nas operações de rosqueamento com machos, geralmente uma das últimas intervenções em uma peça, tem sido um importante objetivo. Melhorias nos materiais das ferramentas, como as coberturas desenvolvidas recentemente, o aço rápido sinterizado e as ferramentas inteiriças de metal duro, têm sido fundamentais. Além disso, houve uma evolução na geometria de corte, geometria de microarestas, canais e chanfro. Assim, mesmo o antigo macho de roscar sofreu mudanças para aumentar o desempenho e a segurança em máquinas modernas. Os sistemas de fixação, em particular o mandril, desempenham papel significativo na performance e nos resultados? Houve alguma importante evolução no mandril? Jenny Claus: Para começar, um mandril

inadequado é um elo muito fraco na cadeia de máquina, sistemas de fixação e ferramentas de corte. No entanto, um mandril bom e moderno tem efeito direto sobre o resultado da operação. A maioria dos problemas, como as fresas de topo que são extraídas do mandril, as vibrações que levam ao acabamento superficial insatisfatório e a curta vida útil das ferramentas podem, com frequência, estar ligadas à sua fixação inadequada. Além disso, a qualidade e o design de um mandril podem limitar ou aumentar o alcance da ferramenta e os níveis de produtividade. O papel do mandril não pode ser subestimado. A grande evolução, hoje, é o grande avanço referente aos mandris hidráulicos, uma mudança de geração que traz enormes benefícios para os usuários. O CoroChuck 930 hidráulico garante uma solução de alta tecnologia para a fixação de ferramentas rotativas, com força de fixação elevada e precisa, segurança contra tendência à extração, alta transmissão de torque, efeito de amortecimento de vibrações, fácil

manuseio, opções específicas de aplicação para os parâmetros de operação e recursos de balanceamento. Ele avança em todas as direções necessárias para aprimorar a fixação e têm opções que proporcionam a solução ideal para todos os tipos de máquinas. E quanto às alternativas para um mandril hidráulico de alta tecnologia? Como os mandris porta-pinças e os sistemas de fixação térmica se encaixam na gama de opções? O CoroChuck 930 já se mostrou capaz de proporcionar um enorme aumento na vida útil da ferramenta. Durante teste recente, em um moderno centro de usinagem, a substituição de um mandril porta-pinça de boa qualidade, que usava brocas de 6,8 milímetros para usinar aço, pelo CoroChuck 930 aumentou em cinco vezes a vida útil da ferramenta. Mandris porta-pinças e sistemas de fixação térmica ainda têm um importante papel a desempenhar, embora dependam muito da aplicação e resultados esperados, além de como a produção está organizada. Um mandril porta-pinças oferece flexibilidade completa, mas não é de grande precisão. Já o sistema de fixação térmica propicia alta precisão com batimento radial mínimo, mas precisa de equipamentos e uma sala de ferramentas ou lugar específico para o processo de troca das ferramentas, além de ter tamanhos de suportes muito restritos. O mandril hidráulico moderno, no entanto, é adequado a qualquer tipo de aplicação e set up. Ele oferece alta precisão e segurança, e a troca de ferramenta é muito simples – uma grande mudança e para melhor. n

Jenny Claus:

Grande mudança para usinagem de furos: A CoroDrill 860 trouxe uma nova combinação de velocidade, qualidade e segurança para usinagem de furos em aços. É uma broca inteiriça de metal duro de alta tecnologia muito rápida, que cobre uma faixa de diâmetro de 3 a 20 mm, com profundidade de furação de três a oito vezes o diâmetro, tolerâncias de furos de IT 8 a 9, acabamentos superficiais Ra 0,8 a 1,8 mícrons, limites de retilineidade de até 0,07 mm por 100 mm furados e exigências para minimizar rebarbas na entrada e saída do corte. Grande mudança no rosqueamento com macho: Com o CoroTap não existem razões para comprometer a eficiência de operações de rosqueamento por medo de interrupções e perda da peça. O desenvolvimento dos machos tornaram essas ferramentas muito mais eficientes, confiáveis e capazes de melhorar a qualidade. A gama inclui machos multiuso ou de aplicação específica para todos os tipos de materiais e furos, a fim de otimizar aplicações que dependam, principalmente, do volume de furos a serem feitos. Grande mudança no sistema de fixação: o CoroChuck 930 é uma inovação na tecnologia de mandris para a fixação de ferramentas rotativas. A nova tecnologia Fulcrum fornece o suporte ideal quando a haste da ferramenta é fixada em qualquer uma das três versões de mandril: usinagem pesada, delgado ou tipo lápis, todas otimizadas para áreas específicas de aplicação. Um batimento radial preciso está dentro de 4 mícrons, com alta precisão repetitiva e balanceamento dentro da norma DiN69888. Estão disponíveis para todas as principais interfaces de máquinas a fim de proporcionar resistência contra extração, refrigeração interna e fácil manuseio. A combinação com o melhor que existe em ferramentas rotativas inteiriças de metal duro oferece meios para uma usinagem de ponta.

resumo Ferramentas inteiriças de metal duro e mandris hidráulicos passaram por mudanças importantes. A combinação dessas evoluções é especialmente interessante para o usuário, uma vez que propicia novos meios para solucionar aplicações, especialmente em máquinas de alta especificação. A precisão das ferramentas e dos mandris juntos proporciona um novo nível de consistência mantendo muito estreitas as tolerâncias das peças usinadas com segurança e eficiência elevadas, além de uma considerável extensão da vida útil das ferramentas.

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textO: Chuck Thompson  Foto: Daniel Månsson

incrível emoção Pacific, Washington, EUA. A

Infinity Machine Works participou de um programa pioneiro para testar a nova pastilha GC4325. Os resultados foram imediatos e as reações entusiasmadas.

A Infinity Machine Works produz peças para o setor tuneleiro

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Com a GC4325, a produtividade e a vida útil da pastilha mais do que dobraram na Infinity Machine Works

nnn “Incrível!” Isso foi o que o fundador da Infinity Machine Works, Dave Markham, ouviu quando entrou na pequena empresa situada em Pacific (EUA), e que o fez sorrir. A expressão confirmou que a decisão de Markham de participar de um programa pioneiro para testar um novo tipo de pastilha valeu a pena. “Eu me lembro bem”, conta Markham, cuja empresa produz peças para fabricantes de tuneladoras. “Pegamos as novas pastilhas à tarde e o pessoal as utilizou no turno da noite. Quando cheguei na fábrica no dia seguinte, um dos operadores tinha um grande sorriso no rosto. “‘Essa pastilha é ótima’, ele me disse. Foi muito bom ouvir isso logo pela manhã.” As pastilhas que deixaram

os operadores de máquina de Markham tão animados eram as novas GC4325 da Sandvik Coromant, uma inovadora classe de pastilhas para torneamento. Atomicamente projetadas para aumentar a vida útil da ferramenta, elas estão revolucionando o mundo da usinagem. Markham, como diretor de um negócio de pequeno porte, está constantemente em busca de

formas de aumentar a produção e reduzir custos. Por isso, em 2013, ele concordou em fazer parte de um programa piloto para testar a nova tecnologia. “Nós trabalhamos com a Sandvik Coromant há um bom tempo e quando eles dizem que algo vai funcionar, nós sabemos que vai”, explica Markham. Mas mesmo esperando resultados positivos, ele ficou espantado com a melhoria que a GC4325 agregou ao seu negócio. “Nós mais que dobramos a produtividade e a vida útil da nossa pastilha com a GC4325”, afirma. Provas disso podem ser

vistas na área de carregamento da Infinity. Caixotes de madeira de monocubos e anéis cortadores feitos a partir do aço H13 entrando e saindo, sendo enviados para tratamento térmico e depois para o cliente da Infinity, Herrenknecht, uma fabricante alemã de tuneladoras cuja sede fica no estado de Washington (EUA). “Usamos muito material para fazer essas peças”, conta Markham. “As pastilhas que usávamos antes ficavam gastas depois de cinco ou seis peças. Estamos conseguindo 15 ou 16 peças com a nova classe.”

Infinity Machine Works

Fábrica independente instalada na cidade de Pacific, perto de Seattle (EUA), a InfInIty MachIne Works é uma produtora de peças de alta qualidade para a indústria tuneleira. Dave Markham fundou a empresa em 2002, optando por seguir um caminho alternativo ao da indústria aeroespacial, a principal da região (a Boeing fica na mesma rodovia). A Infinity foca nas necessidades de clientes como a Herrenknecht, fabricante alemã de tuneladoras. Ela emprega entre seis e 12 colaboradores, dependendo do tamanho projeto.

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“O fato é que este produto funciona melhor”, afirma Dave Markham

Para uma empresa de pequeno porte, aumento de produção e estabilidade de processo são vitais

“Quando eles dizem que algo vai funcionar, nós sabemos que vai”, diz Dave Markham da Infinity Machine Works (à esq.), com o parceiro da Sandvik Coromant, Eric Sleater

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O incrível impulso na eficiência resulta em aumento nos lucros. Para a Infinity, isso significa mais fluxo de caixa para investir nos períodos de prosperidade e mais capital para períodos de calmaria. Markham aprecia as complexidades moleculares da tecnologia GC4325. Mas o que realmente o deixa animado é o básico. “O simples fato de que o produto funciona melhor”, diz. “Acredito na redução dos custos e aumento dos lucros. Não fazemos dinheiro se o fuso não está torneando e as novas pastilhas permitem que ele possa tornear por mais tempo e mais rápido.” Isso é bom para a Infinity e seus clientes, e também para os operadores de máquinas. Nesses dias, quando Markham vai trabalhar a cada manhã, é recebido com o constante barulho dos fusos torneando. Esse é o tipo de retorno que ele mais valoriza. n

visão técnica

“Não fazemos dinheiro se o fuso não está girando, e as novas pastilhas permitem que o funcionamento do fuso por mais tempo e mais rápido.” Dave Markham, fundador da Infinity Machine Works.

GC4325

A nova classe de pastilhas da Sandvik Coromant para torneamento está transformando a usinagem com uma elaborada tecnologia chamada Inveio, em que os átomos ficam mais compactados e em posição unidirecional em direção às arestas de corte de carboneto de tungstênio. O resultado são os ganhos notáveis na resistência da pastilha, resistência ao desgaste e vida útil da ferramenta, permitindo aos operadores aumentar avanços, velocidades e produtividade.

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tecnologia texto: christer richt

desafio: Alcançar novos níveis de desempenho consistente no torneamento de aços e estender e tornar mais previsível a vida útil das ferramentas com dados de corte mais altos.

solução: Desenvolver uma nova geração de classes de pastilhas de metal duro com cobertura por meio de tecnologia de cobertura e processos de fabricação de pastilhas inovadores.

Criando superfícies de pastilhas únicas que está por trás da cobertura de uma pastilha é aumentar a sua resistência ao desgaste e a vida útil da ferramenta. A princípio, a adição de uma cobertura multicamada apropriada ao substrato da pastilha eleva consideravelmente a durabilidade e o potencial para maiores dados de corte, obtendo uma pastilha mecanicamente resistente. A cobertura de pastilhas se desenvolveu consideravelmente desde que foi criada, em 1970, com as primeiras classes com cobertura CVD. Hoje a 7ª geração de pastilhas para torneamentos de aços para a grande área ISO P25 está estabelecendo um novo padrão de produtividade. Uma nova classe de metal duro com estrutura de cobertura nunca antes vista está proporcionando, mais uma vez, meios para aumentar a produtividade.

O objetivo principal

o processo de cobertura das pastilhas intercambiáveis implica

na aplicação de camadas de proteção e material resistente ao desgaste no substrato da pastilha. O processo de deposição química de vapor (CVD) domina e envolve basicamente reações químicas entre os gases, que são convertidos em cobertura sólida sobre um substrato. Moléculas gasosas reagem entre si sob a influência de certos parâmetros do processo, que determinam como a cobertura será depositada. Os principais parâmetros são temperatura, pressão e tipo de gás (e as quantidades relativas destes), juntamente com a superfície sobre a qual a cobertura é depositada. Hoje, o processo CVD é otimizado, de alta tecnologia, e não só o aperfeiçoamento dos atuais processos ocorreu, mas também a eficiência e a produção em massa consistente das pastilhas. O atual processo CVD da Sandvik Coromant é

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altamente ligado aos avanços da ciência, know-how e experiência acumulada como pioneira no setor, além de referência contínua no desempenho de pastilhas com cobertura. A alumina (óxido de alumínio, Al2O3) é um material de ferramenta comprovado e aplicado, sob carga limitada, em pastilhas de cerâmica para algumas aplicações de usinagem em certos materiais. Ela tem um excelente efeito de isolamento térmico e alta estabilidade química, por isso não reage rapidamente com materiais metálicos. É dura e altamente resistente ao desgaste, mas relativamente quebradiça. Ser quebradiça não é um problema e a torna a cobertura CVD de escolha para a maioria das pastilhas. A cobertura impede que o calor excessivo encontre o seu caminho pelo substrato, permitindo velocidades de corte mais altas e maior vida útil da ferramenta. É também uma barreira para as reações químicas entre o substrato de metal duro e o material da peça. Assim, é ideal como uma segunda camada em uma pastilha. A tecnologia de cobertura moderna usa combinações multica-

madas, em que cada uma proporciona uma propriedade que contribui para a capacidade total da pastilha. A camada interior é, na maioria das vezes, de carboneto de titânio (TiCN), que dá boa adesão ao substrato e proporciona à pastilha grande resistência ao desgaste. O óxido de alumínio é depositado sobre ela. Uma camada de nitreto de titânio (TiN) mais externa fornece redução da fricção e, por ser dourada, é uma boa indicadora do desgaste da ferramenta. O desenvolvimento de materiais de ferramentas e tecnologias de processos também contribuiu para estabelecer uma plataforma

A tecnologia Inveio se deve, em parte, ao crescimento do cristal em uma única direção, o que tem se mostrado decisivo no que diz respeito ao desenvolvimento de uma base consistente da cobertura ao longo da superfície da pastilha. Isto resulta em uma superfície de saída e aresta completamente novas, sendo capaz de lidar com as demandas de usinagem em um nível bem diferente de antes –são, portanto, as melhorias atuais na indústria de manufatura.

A classe de pastilhas com cobertura Inveio GC4325 é uma nova geração de pastilha da área de aplicação para torneamento de aços ISO P25, e representa um avanço na ciência de materiais de ferramentas em uma escala não vista desde a introdução do metal duro com cobertura.

A face da pastilha, da aresta até onde o cavaco se quebra, é onde a carga do cavaco é mais alta, é onde a carga do cavaco é a mais alta, onde o calor e a pressão estão em seu máximo e o resultado e a capacidade da ferramenta são determinados. É nela que a tecnologia de cobertura Inveio proporcionou um novo material de ferramenta que otimiza operações de torneamento de aços e uma tecnologia que forma a base para as futuras classes de pastilhas para este fim.

melhor para uma nova geração de pastilhas com cobertura para torneamento de aços. Substratos e novos tratamentos de arestas e métodos de pós-tratamento de pastilhas são as principais áreas. Um importante fator que contribui é a nova abordagem coordenada para todos os parâmetros, incluindo os que se aplicam para fazer as novas classes com cobertura. Os processos de fabricação garantem não apenas ferramentas de desempenho confiáveis e melhores, mas também consistência para ferramentas de fábricas que realizam o torneamento de aços. A cobertura de alumina possui cristais que são mais ou menos

do tamanho de um mícron e, quando aplicados convencionalmente, podem crescer em várias direções. A orientação deles tem um efeito considerável sobre a propriedade da cobertura e a capacidade da pastilha. O controle da orientação de cada cristal na cobertura para a direção desejada propicia alcançar uma cobertura perfeita com propriedades uniformes. O efeito é comparável a fazer uma rua de pedras, que são dispostas em conjunto para formar a superfície ou, se cada pedra for colocada em pé, posicionadas com superfícies idênticas viradas para cima.

A tecnologia de cobertura Inveio proporcionou um grande avanço no controle da orientação do cristal. Cristais unidirecionais formam a superfície da face da pastilha intercambiável. É a evolução para melhorar a aplicação de cristais de alumina no processo CVD. O desenvolvimento de cristais em orientação única forma uma cobertura de colunas de cristais homogênea, resultando

em uma nova superfície de pastilhas. Essa superfície tem um melhor efeito de distribuição do calor gerado na usinagem, espalhando-o por uma área maior e, assim, criando um efeito de redução da temperatura. Um efeito melhorado semelhante é visto em qualquer tendência de trincas que ocorre na cobertura: Ao invés de ir apenas para uma direção, ela tende a se espalhar por toda a superfície, gerando um efeito muito menos prejudicial. Como um primeiro passo, a nova tecnologia Inveio resultou em uma classe de pastilha muito ampla: GC4325, uma nova aresta de corte para a área dominante do torneamento de aços. Um critério crítico é alcançar processos que forneçam aos usuários de pastilhas uma ferramenta sem nenhuma variação no que diz respeito à qualidade e capacidade. A cobertura Inveio com crescimento unidirecional futuramente será aplicada em mais classes de pastilhas que poderão aperfeiçoar ainda mais as áreas adjacentes no torneamento de aços. n

Resumo O avanço na ciência de materiais de ferramentas com a tecnologia de cobertura Inveio resultou em uma exclusiva pastilha para torneamento de aços, que otimiza a grande área de aplicação ISO P25. A inovação tornou possível um importante marco no desempenho – que supera qualquer melhoria semelhante do passado, e que servirá de base para uma gama de pastilhas para torneamento de aços. A escala do desenvolvimento se reflete em novas oportunidades para uma maior eficiência na indústria de manufatura.

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texto: Marcus Joons   foto: Daniel Månsson

Conduzindo

a equipe ao sucesso Christian Horner, chefe da equipe Infiniti Red Bull Racing, explica como pequenos detalhes levaram o time 500-strong a dominar a Fórmula 1 e se manter na pole position.

Inspiração.

Preparados para a troca: eles trabalham em períodos de 2 segundos o CARro

Rodas sobre rodas: pilhas de pneus são alinhadas, identificadas e preparadas para montagem

Os carros de Fórmula 1 devem ser construídos pelas próprias equipes. Eles são fabricados a partir de compósitos de fibra de carbono, ligas de titânio e outros materiais ultraleves – mas precisam pesar pelo menos 691 kg, incluindo óleo, água e piloto (642 kg antes de 2014). O motor, localizado entre o piloto e as rodas traseiras, é, desde 2008, um V8 com cilindro de volume máximo de 2,4 litros. Agora, 2014, os motores são V6 de 1,6 litros. As caixas de câmbio têm oito marchas sequenciais à frente, e elas são semiautomáticas. As mudanças de marcha, avanço e redução, são feitas por pás (borboleta) instaladas dos dois lados da parte de trás do volante. Os freios são a disco, feitos de fibra de carbono. As grandes asas dianteira e traseira existem para que o ar pressione o carro para baixo e dê aos largos pneus uma ótima tração na pista. Existem quatro tipos diferentes de pneus secos, com variadas pressões e diferentes aderências e durabilidade, mas apenas dois tipos, definidos antecipadamente, podem ser usados em cada corrida e ambos precisam ser usados em todos os carros durante a competição.

Depois, cada corrida é feita uma análise e a equipe treina para reduzir mais segundos

A equipe trabalha em perfeita sincronia. Veja cada passo na próxima página

final do verão europeu e tende a ser realmente quente durante esses dias. Mas quando chega perto da largada, gigantes e furiosas quando aceleram de 0 a 350 km/h na as nuvens que estavam longe sempre vêm para cá.” Kemmel Straight (Reta Kemmel) antes de frearem. Faltam duas horas para o início de uma das corridas mais clássicas da modalidade, o Grande Prêmio da a principal razão pela qual as equipes de Fórmula 1 não Bélgica, no circuito de Spa-Francorchamps, e os pilotos gostam de chuva – e ainda menos de mudanças climáticas de testes das equipes estão sentindo os carros e a pista – é porque torna-se mais difícil escolher os pneus. para checar se tudo está como deveria. “Há quatro tipos diferentes de pneus para tempo O chefe da equipe Red Bull Racing, Christian Horner, seco (duros, médios, macios e super macios) e dois parece preocupado, olhando para o céu nublado onde para molhado (intermediários e chuvas fortes) e é com um helicóptero equipado com câmeras filma a pista em eles que corridas com difíceis condições climáticas nome de todos os canais de TV ao redor do mundo que podem ser vencidas ou perdidas”, conta Horner. têm os direitos de transmissão da corrida. Quando você escolhe os dois tipos que usará, a regra da Ele checa seu aplicativo de clima e liga Fórmula 1 dita que você deve necessariapara o gerente tático e mecânico-chefe mente usar ambos ao longo da corrida. para uma atualização de quando a chuva “É tudo uma questão de detalhes, mas deve cair naquela tarde. você não será efetivo se for obsessivo”, ele A pista fica em uma área montanhosa afirma. “Você precisa achar o equilíbrio.” ao leste de Wallonia, perto das fronteiras Você também precisa estar aberto a com Alemanha e Luxemburgo, e tem sugestões. “Acho que a chave do nosso muitos microclimas. O sol pode estar sucesso é que sou acessível a todos da brilhando em alguma parte dos sete equipe 500-strong”, afirma Horner. “Tento quilômetros da pista enquanto a chuva cai dar uma volta na fábrica pelo menos uma torrencialmente em outros lugares. vez por semana e depois de cada corrida. E “Isso é o que a torna uma das corridas mesmo que como equipe tenhamos vencido Christian Horner, chefe mais difíceis”, explica Horner. “Quero o título de construtores e com Sebastian da equipe Red Bull Racing dizer, essa corrida é sempre realizada no Vettel o título de piloto por 4 anos consecuti-

os carros de fórmula 1 soam como um enxame de abelhas

o circo da FóRMULA 1 Como uma turnê de circo com 20 corridas, a Fórmula 1 viaja ao redor do mundo de março a novembro. Pilotos competem pelos títulos mundiais de Piloto e de Construtores. O campeonato mundial de Fórmula 1 acontece desde 1950, mas foi durante os anos 70 que o esporte se tornou o que é hoje. Foi quando a Lotus introduziu a aerodinâmica de efeito-solo, que permitiu que os carros pudessem manter a velocidade nas curvas. A corrida tornou-se espetacular nesse aspecto. O ex-piloto e magnata dos negócios inglês Bernie Ecclestone, que acaba de comprar a equipe Brabham, aproveitou a oportunidade para comercializar o esporte como uma indústria de bilhões de dólares, com caros patrocinadores e contratos de televisão. Nenhum piloto morreu em corridas desde que o brasileiro tricampeão mundial Ayrton Senna sofreu uma batida fatal no circuito de Ímola, no Grande Prêmio de San Marino, em 1994.

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Pronto em 2 segundos… vos, posso garantir que todos estamos tão sedentos por uma vitória hoje quanto estávamos quatro anos atrás.” Horner descreve como, depois de cada volta, a equipe examina tudo que aconteceu, independentemente do resultado. “Nos perguntamos: o que poderíamos ter feito melhor? Poderíamos ter sido mais eficientes? Poderíamos ter feito pit stops melhores, para economizar, digamos, os sete segundos da troca de pneus e transformá-los em seis ou pelo menos seis e meio?” O fabricante de bebidas energéticas Red Bull é, há muito tempo, associado à Fórmula 1. No final dos anos 1980 e começo dos 1990, o proprietário austríaco Dietrich Mateschitz patrocinou o piloto Gerhard Berger, um amigo próximo e, no fim dos anos 1990, produziu o jornal Fórmula 1 Daily, que era distribuído durante os três dias de competição. Em 2004, a Red Bull tinha um faturamento de 250 milhões de euros e pôde comprar a Jaguar Racing, da Ford Motor. O ex-piloto Christian Horner, na época com 32 anos, foi chamado para ser o chefe da equipe – o mais novo da história do esporte. Hoje, aos 40, Horner tem seu próprio fã clube e website e seu nome é sinônimo de Red Bull Racing. Horner diz que a marca Red Bull – que representa amor pela ação, explosividade e juventude – foi feita para a Fórmula 1. De Horner, em sua cabine ao lado da pista, aos mecânicos que trocam os pneus e entregam o carro ao piloto, que por sua vez fica em contato durante toda a corrida por meio de uma câmera no capacete, tudo se baseia em tomar decisões relâmpago – e ser alto nível em todos os sentidos. “A FIA, entidade que administra a Fórmula 1, agora muda as regras todos os anos para desacelerar nossa equipe e o esporte”, argumenta Horner. “Agora temos que usar motores V6 em vez de V8, o peso mínimo dos carros aumentou de 642 para 691 kg e assim por diante. Se essas mudanças são boas ou ruins? Eu não sei. Apenas sinto que as pessoas pensam que a Fórmula 1 não é nada mais que um esporte material e que os carros Red Bull são mais fortes e têm mais potência que os outros. Na verdade, todos temos as mesmas ferramentas, fabricantes, motores e pneus. Então é tudo uma questão de equipe e de tomar as decisões certas. Sebastian Vettel (o mais jovem campeão do mundo quando ganhou seu primeiro título há quatro anos, aos 23) é o número um porque é o melhor piloto com a melhor equipe. É simples assim.” No final daquela tarde, houve aumento da umidade na pista de Spa-Francorchamps, mas não era chuva. Eram os respingos da garrafa de champanhe de Vettel após ter superado todos os outros pilotos para chegar em primeiro lugar – mais de 36 segundos à frente do segundo colocado. n

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O reabastecimento foi banido da Fórmula 1 em 2010, tornando o pit stop uma questão de poucos segundos (redução de cerca de sete segundos com o abastecimento). De acordo com a Red Bull, sua equipe tem o recorde do pit stop mais rápido do mundo, estabelecido em 2013, no Grande Prêmio dos Estados Unidos. O tempo? 1,923 segundos.

Passo 1 Enquanto o piloto entra nos boxes, a velocidade é reduzida ao limite de 80 km/h. O carro deve parar exatamente nas marcas do chão, onde a equipe está esperando (caso contrário, ela teria que se reposicionar, perdendo preciosos segundos).

Passo 2 Dois responsáveis pelo macaco põem o equipamento sob o carro – um na frente, um atrás – e o levantam entre 5 e 10 centímetros. Existem três profissionais para cada roda. Um opera a parafusadeira, removendo e recolocando a porca da roda. Outro remove o pneu usado.

Passo 3 O terceiro responsável pelas rodas posiciona o novo pneu e a porca é encaixada e apertada a mais ou menos 69 kg/m.

Passo 4 Quando os quatro pneus são trocados, o carro é recolocado no chão e sai. No total, o pit stop dura de dois a cinco segundos.

Automágica!

Enschede, Holanda. A

inovação salvou a fabricante Huima Specials quando o mercado de estufas entrou em colapso no país. Agora, o ritmo da engenharia e da modernização voltou a aumentar, com uma nova célula de produção automática que permite a fabricação sem operadores, 24 horas por dia, sete dias da semana. texto: Tomas Lundin   foto: Audrey Bardou

[1] [1]A torre inferior, especialmente produzida, é equipada com as unidades de fixação hidráulica Capto C4. [2] O operador Javid no centro de usinagem. [3] Em breve, a célula de produção poderá operar 24 horas.

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[4] O sistema é adequado para séries de até 500 unidades. [5] Há mais de 70 anos a Huima Specials entrega sistemas de engrenagens para os segmentos de jardinagem e agricultura.

Bram de Koning, CEO da Cellro (à esq.), e Ton Huitink, diretor da Huima Specials (à dir.).

nnn Em 1938, o avô de Ton Huitink, um pioneiro com visão de futuro, transformou a pequena ferraria fundada em 1902 pelo seu pai, em Enschede, na Holanda, em uma produtiva fábrica. Hoje, Huitink, também um visionário, comanda a Huima Specials com seu irmão Andre. “Somos dez vezes menores que nossos concorrentes”, diz Huitink, tomando um café preto e forte e mexendo em sua gravata. “Mas somos dez vezes mais rápidos e mais inovadores.” Huitink é engenheiro, técnico e incansável inventor. Ele odeia patentes. “Elas só tomam tempo, envolvem muita burocracia e custam dinheiro”, explica. “Nós investimos, em vez de inventarmos. Essa é a nossa patente.” Mas, em 2009, as coisas não pareciam muito boas. O mercado de construção de estufas, um forte setor na economia holandesa, estava em frangalhos. “Os construtores de estufas eram nossos maiores clientes”, lembra Huitink. “Praticamente tivemos que mudar de direção da noite para o dia e procurar novos consumidores.” Em nove meses, a Huima Specials produziu um novo sistema de acionamento para atender à forte demanda do leste europeu por estábulos de criação de porcos e frangos. Outro sistema foi desenvolvido paralelamente para os fabricantes de estufas. Além disso, eles também trabalharam em um sistema de acionamento, único no mundo, para a Emsflower, uma das maiores companhias de horticultura da Europa, que criou uma estufa multifuncional e completamente automatizada. O novo sistema de acionamento permite que a Emsflower mude o equipamento em suas estufas com, literalmente, o toque de um botão. Hoje, a empresa pode produzir plantas em vasos na primeira metade do ano e facilmente mudar para uma estufa capaz de cultivar pepinos e tomates durante a outra metade, dependendo do mercado e dos preços.

“Somos dez vezes menores que nossos concorrentes, mas somos dez vezes mais rápidos e mais inovadores.” Ton Huitink, diretor da Huima Specials.

Automação é a palavra-chave para Huitink. Em 2007, junto com a Sandvik Coromant e o fabricante holandês de robôs Cellro, ele já havia começado a pensar em uma célula de produção que poderia funcionar noite e dia e se abastecer com ferramentas e peças, realizando todo o

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[1] A Emsflower, uma das maiores empresas de horticultura da Europa, é a primeira no mundo com estufas completamente automatizadas, graças ao novo sistema de acionamento da Huima Specials.

[2] Da esquerda: Evert Van den Hurk, gerente de produção da Huima Specials; Ronny Booijink, da Sandvik Coromant; Ton Huitink, diretor da Huima Specials; e Bram de Koning, CEO da Cellro.

processo de fabricação sem intervenção externa. “A ideia era que, se recebêssemos um pedido na segunda-feira, a célula de produção poderia planejar e fabricar os componentes sozinha, para que pudessem ser montados dois dias depois e entregues ao cliente no final da semana”, conta Huitink. “Mas era mais fácil falar do que fazer. Nós encontramos alguns problemas.” O maior desafio foi não haver no mercado um torno CNC com os dois revólveres que pudessem ser equipados com as ferramentas Capto C4 e C6 da Sandvik Coromant, que podem ser trocadas automaticamente. A solução foi um sistema baseado em uma máquina multitarefas que o fabricante Mazak modificou especialmente para a Huima e um robô Cellro. O robô pode fazer tudo, fazer a carga e descarga das peças, trocar ferramentas Coromant Capto que são fixadas hidraulicamente e trocar garras do fuso para controlar e medir peças e o processo. Bram de Koning, CEO da Cellro, diz que a solução é sob

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medida para tornar pequenos lotes de até 500 peças lucrativos. Isso só é possível quando todas as tarefas normalmente realizadas por um operador são assumidas por um robô. Mas o que acontece se a demanda muda e, por exemplo, grandes séries são solicitadas? “Sem problemas”, afirma de Koning. “A Cellro usa soluções modulares. A automação pode ser rapidamente adaptada a novas demandas de produção.” Para Huitink, foi importante para a Huima Specials contar com a Sandvik Coromant e fazer tudo “certo desde o início”. “A Sandvik Coromant é uma parceira em que confiamos 100% depois de anos trabalhando juntos e resolvendo inúmeros problemas”, afirma. “Não há possibilidade de recorrermos a mais ninguém.” Hoje, “Willem”, como a célula de produção é carinhosamente conhecida, fica na fábrica produzindo peças em dois turnos. Ainda há várias pequenas coisas que precisam ser otimizadas antes de ela poder operar 24 horas. Enquanto isso, “Tommy”, a próxima célula de produção, está sendo desenvolvida para trabalhar com o centro de usinagem horizontal. No futuro, Willem poderá dizer à Tommy: “Veja, estou fabricando 23 conjuntos de engrenagens, então você pode começar a produzir as carcaças e coberturas adequadas.” “Ambas podem trabalhar a noite toda enquanto estou em casa dormindo”, comemora Huitink. n

visão técnica

a célula de produção da Huima Specials, projetada para lotes de até 500 peças, em breve estará em operação 24 horas por dia e precisará de não mais que 40 horas de monitoramento semanais. “Para que funcione, é necessário que um robô assuma todas as funções normalmente realizadas por um operador”, diz Bram de Koning, CEO da Cellro, que forneceu um robô recém-desenvolvido. Usando seu único braço-garra, o robô pode: Carregar e remover produtos. •  •  Trocar as ferramentas Coromant Capto no fuso de

rotação superior e na torre inferior a partir do revólver inferior da máquina multitarefas com nove posições de ferramentas. •  Mudar garras nos fusos principal e sub-spindle. •  Medir e corrigir desvios no processo.

A célula de produção robótica é chamada de “Willem”.

A troca automática de ferramentas ocorre por

meio de uma solução desenvolvida conjuntamente pela Huima Specials, Sandvik Coromant e Cellro. O robô é ligado a uma máquina multitarefas modificada. O fuso rotativo superior é equipado com a ferramenta de acoplamento Sandvik Coromant Capto C6 e a recém-desenvolvida torre inferior com o Capto C4, com tensão hidráulica. O fuso superior é usado para usinagem rotativa e para fresamento e furação. A torre inferior é responsável pela usinagem estacionária e pelo torneamento de diâmetros grandes. Com o robô, temos máxima flexibilidade. “É como trocar peças de Lego”, diz Koning. Tanto o fuso superior quanto a torre têm uma bomba de pressão de 70 bar para resfriamento que, com o Capto CoroTurn HP, oferece melhor controle de cavacos e maior assertividade nos processos. “Uma célula de produção automática que fabrica 24 horas por dia tem que evitar longos cavacos”, explica Ronny Booijink, engenheiro de projetos da Sandvik Coromant. “Precisamos de cavacos mais curtos, que são simples de remover. Isso é o que a Sandvik Coromant chama de Green Light Machining.” A célula de produção tem um magazine de ferramentas para C6 e C4, separado da máquina multitarefas. Isso significa que ele é “infindável”. Um elevador paternoster fornece as matérias-primas, peças acabadas e chaves para mandril.

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tecnologia texto: Elaine McClarence

imagem: Kjell thorsson

desafio: Como cumprir as exigências de componentes grandes e complexos da indústria de petróleo e gás?

solução: Usar soluções especializadas com foco em produtividade e precisão. 0

Ferramental específico para ambientes difíceis a expectativa de crescimento da demanda mundial por

petróleo e gás significa que as indústrias precisam explorar reservas que são mais difíceis de alcançar e apresentam desafios técnicos significativos. Os componentes necessários para a exploração e produção, sejam eles para furação em águas profundas ou ambientes de produção submarinos, devem encarar os rigores das difíceis condições ambientais, grandes profundidades, altas temperaturas e forças extremas.

uma vida útil longa é esperada dessas peças maiores e

mais complexas, como corpos de carretel, suportes de tubulação e válvulas de sistemas de controle de fluxo de produção submarina em solo oceânico. Nos equipamentos de poços, entre tantos outros componentes, os anéis abrigam controles sofisticados, como mecanismos de direção e sistemas de medição enquanto avançam através de ambientes extremamente severos.

a tendência da indústria é usar materiais mais difíceis de usinar, como Inconel, titânio e aço inoxidável, e os usuários finais exigem peças com tolerâncias exatas e excelentes acabamentos superficiais. Para atender a esses requisitos, os fabricantes precisam de alto grau de previsibilidade e segurança do processo, além de tempos de máquina parada reduzidos por meio de uma usinagem mais eficiente e maior produtividade com ferramentas mais duráveis. A Sandvik Coromant desenvolveu uma série de soluções de ferramentas adequadas para a usinagem de componentes da indústria de petróleo e gás e, em alguns casos, tornando a usinagem de fato possível. Essas soluções englobam ferramentas de baixa vibração e suportes de ferramentas para operações de usinagem interna comple-

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xas, assim como troca rápida de ferramentas. Juntas, elas resultam em alta produtividade. A gama de ferramentas Silent Tools da empresa minimiza vibrações e trepidações durante a usinagem, viabilizando um processo mais previsível e confiável. Estes suportes são particularmente adequados para alcançar longos balanços em materiais difíceis de usinar em operações de torneamento, fresamento e mandrilamento, típicas em componentes do setor de petróleo e gás. Adaptadores Silent Tools possibilitam usinagem com até 14 vezes o diâmetro em operações de torneamento. Para atender as necessidades de fabricação com alta produtividade e redução do tempo de máquinas paradas, as unidades de fixação adaptadas às máquinas (MACU) facilitam a troca rápida de ferramentas para barras de mandrilar na maioria dos tipos de centros de torneamento. Elas são facilmente acomodadas em torres para ferramentas estacionárias e rotativas para proporcionar melhor desempenho, além de estabilidade e tempo em corte maiores. Também possibilitam adaptar a torre aos tipos de componentes a serem usinados dentro das opções da máquina. Quando usadas com o Coromant Capto, combinam estabilidade e troca rápida de ferramentas.

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a gama de adaptadores e cabeças de corte CoroTurn SL

também pode ser usada com Silent Tools; o recurso de troca rápida permite uma resposta modular e flexível para torneamento, usinagem de canais, rosqueamento e outras operações internas como mandrilamento de garrafa. O lançamento de novas classes como a GC4325 contribuirá para a melhoria da vida útil da ferramenta, precisão e produtividade. n

6 000 (meter)

Caso do cliente Mandrilamento de garrafa , ou de câmara, é uma operação interna de torneamento com longos balanços, geralmente realizada em grandes centros de torneamento. Um diâmetro maior é usinado na parte de trás do componente com um diâmetro menor para que os furos de entrada e/ou saída tenham um diâmetro menor do que o que está sendo usinado. O desafio é manter baixa vibração e dados de corte elevados, sem interrupções longas e frequentes na produção. As soluções: Barras de mandrilar antivibratórias Silent Tools minimizam as vibrações, possibilitando alta taxa de remoção de metal. Se possível, escolha um Coromant Capto de tamanho maior para maior estabilidade. Cabeças de corte CoroTurn SL, disponíveis em quatro estágios de offset de até 23 mm (0,906 polegadas), propiciam bom alcance e o maior diâmetro possível da barra de mandrilar. A tecnologia de olhais do CoroTurn SL auxilia no controle de cavacos para minimizar o número de interrupções não planejadas na produção. As unidades de fixação Coromant Capto de troca rápida garantem a troca de ferramentas em menos de um minuto. É a solução ideal para evitar colisões e manter a máquina em funcionamento.

resumo A Sandvik Coromant oferece soluções de ferramentas específicas para usinagem de avançados componentes dentro das exigências desafiadoras da indústria de petróleo e gás. Como a indústria opera em grandes profundidades e em locais remotos e de difícil alcance, os componentes que formam o coração das avançadas explorações requerem vida útil longa e precisam atender às exigentes demandas ambientais.

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nota final texto: henrik emilson

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Onde o talento está Atrair novos talentos da engenharia para as universidades, para a indústria – e para a revista – é fundamental. Na MWW 1-2012, falou-se da cooperação entre a Sandvik Coromant e a Universidade Chinesa Beihang.

RELEMBRANDO 10 ANOS DE MWW

“Segurança e velocidade com uma classe de nova geração” A pastilha GC4225 foi apresentada na MWW 1-2006. Sete anos depois, sua sucessora GC4325, maior classe de torneamento já introduzida pela Sandvik Coromant, foi lançada com os dizeres: “A espera acabou.”

25 minutos A média que os 250.000 leitores gastam lendo a Metalworking World.

Um marco no fresamento de engrenagens Na MWW 1-2013 você leu sobre como a nova tecnologia de pastilha intercambiável está prestes a transformar o fresamento de engrenagens.

Vida passada… A Metalworking World comemora dez anos em seu formato/layout e conceito atuais. A revista foi originalmente lançada há 30 anos, em 1984. Como hoje, a abordagem já era global e apresentava histórias de todo o mundo. A revista Metalworking World 1.0 teve 20 edições locais que você deve ter conhecido como Welt der Fertigunstechnik, Il Mondo delle Lavaorazioni Meccaniche, Le monde de lùsinage, El Mundo del Mecanizado ou Skärskådat.

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“Meu primeiro pensamento sobre o Coromant Capto foi ‘por que usar suportes diferentes para ferramentas diferentes?’” Na MWW 1-2004 Ken Andersson, o homem por trás do Coromant Capto, explica como foi concebido o sistema que tornou-se norma em 1990.

A Metalworking World inclui a enorme…… Magna Machine Co, Cincinnati, Ohio, EUA, MWW 3-2012. …e o pequeno… centro de usinagem de pequenas peças, Arve Valley, França, MWW1-2006. Cada vez mais os vídeos têm se tornado uma forma natural de contar histórias fora das páginas impressas, trazendo uma dimensão maior para a experiência Metalworking World. Um vídeo que chamou muita atenção é a história de Cane Creek, um pequeno fabricante de bicicletas dos Estados Unidos, que pode ser visto no site da Sandvik Coromant e na MWW 2-2012 para iPad.

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Negócios inesperados: O crescente segmento da energia eólica ganhou uma reportagem especial na MWW 1-2009.

A pergunta de 15 bilhões de dólares: Na primeira edição da MWW, em 2004, dissemos que a indústria de manufatura nos Estados Unidos poderia economizar 15 bilhões de dólares usando as ferramentas certas desde o início. A questão: Você está recebendo a sua parte dos 15 bilhões?

Grandes feitos da engenharia Carros sem motoristas, nanotecnologia ou arquitetura em grande escala – como o estádio nacional para os Jogos Olímpicos da China em 2008 –, todos serviram de inspiração para a produção do conteúdo da revista.

Nossa primeira edição para iPad foi lançada com a MWW 3-2011. metalworking world  39

Print n:o C-5000:577 POR/01 © AB Sandvik Coromant 2014:2

CoroCut®QD Duas vezes mais eficiente O CoroCut QD leva seu sistema de corte a outro nível. Otimizado para tornos com alimentação por barra, ele proporciona resistência e segurança incomparáveis para canais profundos e longos balanços, graças à sua nova e exclusiva tecnologia: refrigeração superior e inferior para uma usinagem efetiva e sem problemas.

O conceito inclui lâminas de corte, adaptadores e hastes, além de ferramentas para máquinas com cabeçote móvel.

Segurança imbatível: design mais resistente da lâmina, tecnologia de classe avançada e fixação de pastilhas mais estável.

Controle de cavacos e vida útil da ferramenta melhores: refrigeração superior e inferior com dois jatos de alta pressão e geometria dedicada das pastilhas.

80% a *aumento d l ti ú vida

útil da édio de vida *aumento m paração m co em do gistra ferramenta re redor do ao es nt re or conc nços aos sistemas va (a de da utivi mundo. A prod s) também e velocidade 64%. aumentou em

www.sandvik.coromant.com/corocutqd

Fácil manuseio: conexão rápida e fácil da refrigeração com adaptadores plugand-play para vários tipos de máquinas.